A comissão organizadora da InferFAU, jogos universitários de arquitetura e urbanismo realizados no estado de São Paulo, contatou a reportagem de Marie Claire nesta sexta-feira, 3, após a publicação da matéria que detalha duas acusações de estupro e uma de tentativa de estupro contra o arquiteto Felipe Antoniazzi Prior.
A reportagem havia entrado em contato com os organizadores na quinta-feira, 2, para buscar um posicionamento antes da publicação do texto. Em resposta nesta sexta, 3, a comissão confirma que Felipe foi banido do evento após denúncias de assédio em 2018, e alega que não sabia se tratava de um caso de estupro.
“No evento de 2018 foi reportado para a comissão organizadora e para a comissão anti-opressão mais de um relato de assédio contra Felipe, e um dos casos é justamente o que foi reportado por vocês na matéria. Importante reiterar que não foi repassado informações da vítima e nem detalhes do caso por pedidos da vítima de manter em sigilo. Foi reportado apenas que um dos relatos era grave”, diz a comissão.
“Após a comissão ficar ciente das denúncias de assédio – mais um vez importante ressaltar que a comissão não sabia dos detalhes e que tinha sido um caso de estupro -, foi decidido em reunião de fechamento em outubro de 2018 que o Felipe fosse expulso das demais edições do Interfau”, continua. “Nós somos um evento privado, então a decisão realmente cabe à comissão, não exigimos nenhum tipo de boletim de ocorrência ou qualquer coisa do tipo, basta a comissão entrar em um acordo para tomar a decisão”, esclarece.
A comissão organizadora dos Jogos é composta atualmente pelas atléticas de sete universidades. Na ocasião, em 2018, era formada por representantes apenas de seis instituições.
A InterFAU vem recebendo mensagens nas redes sociais questionando a veracidade da expulsão de Felipe, desde que ele se tornou uma pessoa pública por sua participação no Big Brother Brasil.
“Nós optamos por evitar aumentar a história antes que o processo viesse à tona. Vamos agora reportar o ocorrido através de uma nota oficial nas nossas redes sociais. Não tínhamos feito isso anteriormente porque quando ocorreu a expulsão dele ele não era uma pessoa pública e não tínhamos a intenção de expor o ocorrido, já que cabe a vítima tomar as devidas providências. A medida que cabia a nos tomarmos foi tomada: a expulsão do Felipe”, reitera.
“Agora ele se tornando uma pessoa pública, achamos importante nos pronunciar para que as pessoas que frequentam nosso evento se sintam seguras. Estivemos sempre em contato com as vítimas, desde que o processo teve início, com a intenção de ajudá-las o máximo que podíamos”.
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