Após conseguir na Justiça dos Estados Unidos o direito à liberdade antes do cumprimento total da pena de quatro anos a que fora condenado, o ex-presidente da CBF José Maria Marin, 87 anos, aguarda os últimos trâmites burocráticos para deixar a prisão e pegar o primeiro voo disponível rumo ao Brasil. A juíza Pamela K. Chen acatar pedido de soltura feito pelos seus advogados em meio à pandemia do novo coronavírus.
De volta ao Brasil, o Estadão apurou que Marin vai morar com a mulher, Neusa, em um apartamento de 140 m² no bairro de Cerqueira César, na zona de sul de São Paulo. Antes, os dois moraram em um apartamento de 609 metros quadrados e cinco vagas de garagem, vendido em julho de 2018 por R$ 7,6 milhões. O dinheiro foi usado para pagar despesas com advogados, dívidas processuais e multas nos Estados Unidos.
Marin deixará a prisão dois anos e quatro meses depois de ter sido condenado pelos crimes de organização criminosa, fraude bancária e lavagem de dinheiro cometidos no período em que presidiu a CBF. Antes, em 2015, ele já havia ficado detido na Suíça e em prisão domiciliar em Nova York acusado de ter recebido U$ 6,5 milhões (mais de R$ 32 milhões pelo câmbio atual) de propina para assinar contratos de direitos comerciais da Copa Libertadores, Copa do Brasil e Copa América.
A Justiça dos Estados Unidos condenou Marin a pagar US$ 1,2 milhão (R$ 6 milhões) e confiscou mais US$ 3,3 milhões (R$ 16 milhões) do brasileiro. Já a Fifa baniu Marin do futebol e ainda aplicou multa de 1 milhão de francos suíços (R$ 5,4 milhões).
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