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BRASIL SENTE DIFICULDADE DE RESGATAR BRASILEIROS NA AFRICA DO SUL

Redação - 27/03/2020 08:25

Mais de 280 brasileiros aguardam uma oportunidade de retornar ao país, sem saber ao certo quando poderão deixar a África do Sul. Diferente do que aconteceu com pessoas pegas de surpresa pelos bloqueios em outros países, a maioria deles chegou a comprar passagens aéreas, mas seus voos foram cancelados dias ou mesmo horas antes da partida.

É o caso de Dayane Augusta, professora do Instituto Federal de Brasília (IFB), que falou ao G1 de Joanesburgo, onde mantém contato com a embaixada brasileira e atualiza uma planilha que já registrava 253 brasileiros na cidade, além de outros 28 na Cidade do Cabo, na tarde de quinta-feira (26).

Ela explica que muitas pessoas que estavam em cidades menores correram para pegar voos internos ou mesmo alugar carros para chegar até Joanesburgo ainda na quinta-feira, antes da meia-noite, horário marcado para o início das rígidas restrições de locomoção anunciadas pelo governo. Muitos tiveram problemas também com hospedagem, sendo colocados nas ruas por seus hotéis e hostels, que alegaram não poder oferecer as condições exigidas durante uma quarentena.

A professora diz que aqueles que estavam na lista de embarque de um voo programado pela Latam para 27 de março, e que foi cancelado, foram acomodados em hotéis pagos pela companhia aérea. Quem tinha passagens para outros dias foi orientado a colocar seu nome em uma lista, e está pagando por sua própria hospedagem, com a promessa de receber reembolso da companhia depois.

Mesmo com o bloqueio, a Latam tinha conseguido autorização para realizar viagens nos dias 30 e 31, porém estas também foram canceladas. E, como as medidas de bloqueio anunciadas pelo governo sul-africano são para 21 dias e incluem o fechamento do espaço aéreo do país, eles agora não sabem como e quando poderão retornar ao Brasil.

Em uma carta entregue à embaixada, Dayane solicita que o Itamaraty interceda para que os voos cancelados dos dias 30 e 31 possam ser retomados, para que um avião da Força Aérea Brasileira (ou órgão semelhante) possa ser deslocado para o transporte dos brasileiros, se possível, e que seja avaliada uma alternativa de acomodação, já que nem todos terão dinheiro para bancar três semanas de hospedagem que não tinham previsto.

Segundo ela, os brasileiros já preencheram uma série de tabelas com seus dados na embaixada, inclusive uma sobre possíveis interessados em um voo fretado. A resposta que tiveram, por enquanto, é que todas as informações seriam transmitidas para Brasília, porque a representação local não tem autonomia para tomar as decisões e aguarda um posicionamento do Itamaraty. Segundo a universidade Johns Hopkins, a África do Sul registrava na quinta-feira 927 casos de Covid-19 e nenhuma morte pela doença.

Foto: divulgação

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