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PF MONITOROU ENTREGA DE R$ 250 MIL A DESEMBARGADORA DO TJ-BA

Redação - 24/03/2020 16:06

A Polícia Federal gravou e monitorou acertos de propina e entrega de dinheiro destinado à compra de decisões da desembargadora Sandra Inês Rusciolelli, presa temporariamente nesta terça-feira (24). Segundo o jornal O Globo, por meio de uma ação controlada realizada com auxílio de um delator, a PF conseguiu carimbar notas de dinheiro e localizá-las com a desembargadora. Com base nesse material, a PF e a Procuradoria-Geral da República solicitaram a prisão temporária de Sandra Inês e dois advogados envolvidos na negociação – um deles filho da desembargadora, Vasco Rusciollelli.

A operação foi autorizada pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Og Fernandes. De acordo com as investigações, houve um acerto de propina no valor de R$ 1 milhão para que a desembargadora concedesse uma decisão em janeiro deste ano. A ação controlada foi realizada após a delação premiada do advogado Júlio César Cavalcanti Ferreira, que chegou a ser preso em uma das fases anteriores da Faroeste.

O defensor chegou a gravar uma conversa que teve com a desembargadora sobre a decisão. Segundo a investigação, César viajou para Rondonópolis entre 16 e 17 de março deste ano para receber R$ 250 mil destinados ao pagamento da desembargadora. O valor, de acordo com a PF, foi pago por outro advogado, Vanderlei Chilante. Ele, de acordo com O Globo, é representante de Nelson José Vigolo, produtor rural envolvido na disputa de terras no oeste.

Os documentos obtidos pela reportagem revelam que Júlio César levou o dinheiro de volta para Salvador e o entregou a Vasco Rusciolelli em um motel localizado na capital baiana. A PF monitorou Vasco e constatou que ele entregou o dinheiro para sua mulher – que por sua vez, levou a quantia para a residência do casal, no mesmo prédio em que vive a desembargadora.
Logo após a entrega, a PF realizou busca e apreensão para localizar o dinheiro com os personagens envolvidos e constatou que o número de série das cédulas coincidiu com parte do dinheiro em posse da desembargadora e dos outros recebedores da propina. A publicação procurou as defesas dos alvos da operação, mas não os localizou até a publicação do texto.

 

Foto: Divulgação/TJBA

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