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BOLSONARO SUGERE ‘INTERESSES ECONÔMICOS’ NO CORONAVÍRUS

Redação - 16/03/2020 07:31

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) minimizou a crise causada no Brasil pelo novo coronavírus, em entrevista à CNN Brasil, na noite de ontem (15). Para ele, há interesses econômicos que levariam a uma suposta “histeria coletiva” em torno do vírus. A Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou pandemia da doença há cinco dias.

“Devemos respeitar, tomar medidas sanitárias cabíveis, mas não podemos entrar numa neurose, como se fosse um fim de mundo. Outros vírus muito mais perigosos e letais como esse aconteceu (sic) no passado e não tivemos esse problema e essa crise toda. Com toda certeza, há um interesse econômico envolvido nisso tudo para se chegue a essa histeria”, sugeriu.

“Você pode ver no passado, em 2009 e 2010, tivemos uma crise semelhante, foi outro problema no mundo, mas no Brasil o PT que estava no governo e nos EUA, era os democratas e a reação não foi nem sequer perto dessa que está acontecendo hoje em dia no mundo todo”, completou. Apesar da declaração, o presidente não detalhou quem seriam os supostos interessados na preocupação mundial em torno da doença.

Bolsonaro ainda criticou o cancelamento de jogos de futebol para evitar prejuízos na Economia. “Você cancelar jogos de futebol contribui para o histerismo. A CBF poderia pensar em vender uma carga de ingressos de acordo com a capacidade dos estádios. Porque cancelar não vai conter o vírus. A economia não pode parar. Vai gerar desemprego”, disse.

Bolsonaro também respondeu às declarações dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), e do Senado, Davi Alcolumbre, sobre a saída do presidente do isolamento para participar de manifestação a favor do governo em Brasília (DF). “Gostaria que eles saíssem às ruas como eu”, afirmou o presidente. “Saiam às ruas e vejam como vocês são recebidos. O acordo não tem que ser entre nós no ar refrigerado. Tem que ser entre nós e o povo”, afirmou o mandatário.

Segundo informações de Estadão Conteúdo, a decisão do presidente de ir ao encontro dos manifestantes no ato pró-governo ontem (15), contrariou sua equipe médica. Bolsonaro cumprimentou apoiadores com as mãos e fez selfies com o rosto colado, atitudes contrárias às orientações dadas pelo Ministério da Saúde.

Ontem aumentou para 11 o número de infectados no grupo que acompanhou Bolsonaro na viagem a Flórida, nos Estados Unidos na semana passada. Os médicos da Presidência orientaram que Bolsonaro, apesar de testar negativo para o coronavírus, ficasse em quarentena pelo menos até amanhã (17).

Foto : Reprodução

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