Por : João Paulo Almeida
O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 1,1% em 2019, segundo divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se do menor avanço em três anos. Em valores correntes, o PIB do ano passado totalizou R$ 7,3 trilhões em 2019. A indústria colaborou com 0,5% para o resultado da pesquisa e segundo a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) esse não foi um resultado muito diferente dos últimos anos. Em contato com o portal Bahia Econômica, o Gerente de Estudos Técnicos da Fieb, Ricardo Kawabe, explicou “O crescimento do PIB do setor industrial de 0,5% em 2019, apesar de aquém do desejável, não foi um dos menores dos últimos anos, foi no mesmo nível de 2018 e somente inferior ao verificado em 2013. No entanto, após um período tão longo de crise debilitante, todos os agentes econômicos estão ansiosos por ver o país crescer a taxas mais robustas. O setor industrial não é diferente”, disse.
Com a reforma da previdência e a reforma trabalhista a expectativa era de que a indústria se desenvolvesse. Porém, isso não aconteceu e o setor tem crescido pouco e até oscilado bastante, o gerente explica que, “As chamadas reformas estruturais são vitais para o desenvolvimento em bases sustentáveis, mas, evidentemente não geram resultado instantâneo, sobretudo em se considerando que a principal delas (já realizada), a da Previdência, tem por objetivo resgatar a sustentabilidade fiscal do setor público em médio e longo prazos, não tendo impacto imediato sobre a atividade industrial. No caso da reforma ou modernização da legislação trabalhista, como preferimos denominar, ela foi muito importante para tornar mais simples a contratação de mão de obra, processo que ocorre em resposta ao crescimento da demanda. É importante destacar que tem havido crescimento progressivo no número de contratações pelo setor industrial. Em 2019, houve um saldo positivo de mais de 15 mil postos de trabalho no setor industrial baiano, contra saldo de cerca de 5,5 mil em 2018 (dados da CAGED – Secretaria do Trabalho). Quanto ao desempenho do setor industrial, os resultados serão melhores com o aumento da confiança e do nível de demanda/consumo no mercado interno, que ainda está baixo. Adicionalmente, o mercado externo, que poderia ser uma alternativa, está desaquecido num período conturbado de aumento do protecionismo, guerras comerciais, coronavírus, etc”, disse.
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