Balanço do Ministério da Saúde divulgado aponta que o Brasil tem 488 casos suspeitos de novo coronavírus. Desde o início do monitoramento, 240 casos foram descartados e dois, confirmados. O secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo dos Reis, lembrou que os Estados Unidos estão na lista de países com transmissão local, mas ainda não tinham sido incluídos na lista de alerta para viajantes brasileiros.
A partir desta terça-feira, de acordo com Reis, ele será incluído em uma atualização que levará o Brasil a monitorar os viajantes que chegam de 26 países. Quem voltar de um deles, incluindo os EUA, e relatar sintomas deve ter seu quadro investigado para avaliar um possível caso suspeitos. “Vai aumentar muito o número de casos suspeitos, com certeza. Estamos preparados para isso. O número de pessoas que viajam para os EUA é muito maior do que os países que estavam relacionados até hoje”, afirmou.
Apesar disso, o secretário-executivo ressaltou que a busca por atendimento médico não deve ocorrer em todos os casos em que houver sintomas leves ou somente para investigar uma possível contaminação no exterior. “Mesmo quem tenha vindo desses países, mas tem sintomas leves ou está assintomático, não deve buscar o posto de saúde. Se nós fizermos isso, vamos encher nossas unidades de saúde com casos leves e assintomáticos. Nós gradativamente temos que desmobilizar esse movimento.” – João Gabbardo dos Reis, secretário-executivo do Ministério da Saúde
“Nesses casos, é muito melhor que ligue para o 136 e peça uma orientação. O critério é o mesmo de anteriormente. As pessoas quando ficavam gripadas iam todas ao posto de saúde? Não. Nós não precisamos impor que as pessoas com sintomas leves vão a uma unidade de saúde”, afirmou Reis. De acordo com os representantes do ministério, com a inclusão dos EUA há expectativa de que as notificações dos casos suspeitos aumentem. Por isso, apontam a necessidade de reforçar que, no atual momento, devem buscar atendimento os pacientes que viajaram para países com transmissão local e que apresentem ao menos dois sintomas (febre e tosse ou febre e dificuldade para respirar).
Segundo o secretário-executivo João Gabbardo dos Reis, quando o Brasil atingir 100 casos confirmados de coronavírus não serão investigados todos os suspeitos, apenas situações graves. “Não vamos coletar amostras de todos os casos, mas continuaremos coletando amostras que são necessárias por algum interesse epidemiológico: pacientes graves, pacientes que tiverem internação, paciente que tem síndrome respiratória aguda”, disse o secretário. “Mais importante do que essa confirmação são os dados e as mudanças dos hábitos para fazerem a prevenção, para fazer a redução da transmissão e, principalmente, o cuidado com a assistência dessas pessoas”, disse Gabbardo.
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