Em uma época em que se discute cada vez mais o empoderamento feminino, é impossível não falar sobre a importância da liberdade para a mulher. Cleo está mais do que preparada para a folia e vai assistir a tudo de perto. Quem acompanha a atriz, sabe as discussões que ela levanta sobre autoimagem e amor próprio em suas redes sociais e em workshops. Durante o Carnaval, o tema fica em evidência e campanhas contra assédio tentam conscientizar os foliões com tendências a comportamentos inadequados. Para Cleo, a nudez também é uma forma de empoderar.
“O fato de a mulher se sentir livre e dona de si o suficiente para estar curtindo o Carnaval como quer, seja mostrando de mais ou de menos, é o que mais conta. É saber que como você está vestida não vai definir quem você é e não vai permitir que outros te definam. Ou seja, o respeito vai ser exigido da mesma maneira. Eu, particularmente, acho a nudez linda, acho artística”, disse em entrevista a Vogue.
Ela, que desfilou em outros Carnavais, já se viu em situações desconfortáveis por não ter medo de deixar o corpo em evidência. “Aconteceu. Infelizmente ainda não vivemos em uma sociedade ideal e já tive momentos de desconfortos. Acho que gera para todas as mulheres, eu não sou exceção. Sempre tem aquela pessoa que se acha no direito de ser mais invasiva só porque estou ali curtindo o carnaval da forma que quero estar”, relembrou.
A artista ainda pontuou que, por ser famosa, pode contar com o apoio de uma equipe, o que diminui a intensidade, mas com muitas mulheres diariamente não é assim. “Eu lido com isso de uma forma muito direta e objetiva, se me incomodou, eu falo. Se o cara que quer tirar uma foto vem com uma mão mais boba, eu dou o toque. É ao falar que esses comportamentos tóxicos começam a ser expostos e isso pode gerar uma mudança – no melhor dos cenários.”
Cleo também defende que a folia é para todos, independente das pressões estéticas. “Quando penso a respeito, para mim não é uma questão de abolir o corpo malhado e sim permitir que as pessoas se sintam bem e seguras da maneira que elas são ou querem ser”, explica. “É poder se expressar da maneira que quiser e sem sofrer julgamentos por isso. Mas acho, sim, um ato revolucionário você colocar a pressão estética de lado e curtir o seu momento, não deixar de viver pensando no que os outros podem achar.”
“Eu adoro a época do Carnaval porque acredito que as pessoas ficam mais livres e se sentem mais desinibidas para fazer o que querem, poderia ser assim o ano inteiro”, completou.
Para a cantora de Jungle Kid, que tem como inspiração Beyoncé, Rihanna, Madonna e Preta Gil, ser uma inspiração para muitas mulheres traz sentimento de gratidão. “Eu acho que nós temos mesmo que criar essa rede em que umas inspiram as outras e juntas vamos mudando aos poucos o cenário em que vivemos hoje”, sugeriu.
*foto: reprodução – Instagram