O titular da Casa Civil do governo da Bahia, Bruno Dauster, disse, em entrevista à Rádio Metrópole hoje (12), que falta “decisão política” para cortar linhas de ônibus que atendem a bairros de Salvador e concorrem com o metrô. “Falta uma decisão política de cortar as linhas de bairro que são concorrenciais com o metrô. Isso era algo que foi assinado entre o prefeito e governador em um contrato de programa, antes que nós recebessemos o metrô. Foi feito parcialmente, mas não foi completo ainda”, declarou.
Ele lembra que, há dois anos, foi assinado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) intermediado pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) para a integração ônibus-metrô, que só foi parcialmente cumprido. “Continua pela metade. Nós continuamos solicitando à prefeitura e ao MP que complete a integração, porque vai ter um segundo salto de qualidade de mobilidade. É verdade que você vai ter que cortar linhas de bairro, mas são linhas que serão substituídas por linhas alimentadoras e que, de fato, vai permitir que o tempo de viagem das pessoas, no conjunto, reduza. Então o que falta hoje, do ponto de vista do metrô, é essencialmente a integração”, afirma.
Ele diz que são 125 linhas que devem ser cortadas, estão entre elas 12 que são “troncais”, como as que passam pela Estação Mussurunga e Lapa, e avalia que são mais fáceis de serem retiradas. Outras ele pondera que seriam mais difíceis devido a “microinteresses políticos nos bairros”, o que vai provocar mais resistência no ano eleitoral. As linhas troncais operam em um corredor onde há concentração de demanda, para ligar uma região à outra da cidade. Já as alimentadoras recolhem passageiros de uma região e deixam em uma estação, com função de captação e distribuição de demanda.
“Mas eu confio muito no tirocínio administrativo dos gestores municipais, que tem consciência que isso significaria uma economia de R$ 100 milhões por ano no sistema de transporte como um todo. Isso diminuiria pressão sob as tarifas de ônibus e melhoraria a qualidade dos ônibus ao reduzir quantidade de ônibus, que seguem as vezes em fila, um atrás do outro, vazio, em horários de pico. Não tenho dúvida que em algum momento isso será feito”, pontuou Dauster.
Foto : Matheus Simoni/Metropress