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BIOGRAFIA NÃO-AUTORIZADA MOSTRA RICHTHOFEN COMO MANIPULADORA

Redação - 22/01/2020 08:11 - Atualizado 22/01/2020

Chega às livrarias no dia 23 de janeiro a biografia não-autorizada de Suzane von Richthofen, condenada a 39 anos de prisão por matar os pais a marretadas na casa onde a família vivia, em São Paulo, em 2002. De autoria do jornalista Ullisses Campbell, a obra chegou a ter a publicação suspensa pela Justiça em novembro de 2019, a pedido da própria Suzane, mas voltou a ser liberada em dezembro por uma decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Durante três anos de pesquisas, Campbell teve acesso a todo o processo e se encontrou três vezes com Suzane. Mas, como a detenta queria falar sobre sua ideia de se tornar pastora e o jornalista se negou a tratar do tema, a detenta não quis mais colaborar, segundo o autor.

Para Campbell, Suzane, que encomendou a morte dos pais, realizada pelo então namorado dela, Daniel Cravinhos e pelo irmão dele, Cristian Cravinhos, é uma mulher manipuladora, “fria, calculista e educada”. O jornalista teve acesso a laudos feitos por psiquiatras na cadeia, realizados por determinação da juíza que acompanha a execução do caso. Os resultados mostram uma personalidade “narcisista, de alguém que não se preocupa com os outros, sem emoção e sem simpatia com as outras pessoas. Ela já tinha este perfil, que se aperfeiçoou na prisão”, diz o jornalista. O G1 procurou a Defensoria Pública de São Paulo, que atualmente cuida da defesa de Suzane, para saber se ela gostaria de comentar o lançamento do livro. No entanto, não obteve retorno até a publicação desta reportagem.

Atualmente, Suzane cumpre pena no regime semiaberto na Penitenciária de Tremembé, no Vale do Paraíba, e tem direito a cinco saídas por ano, de sete dias cada uma delas. “Suzane é célebre pelo potencial de seduzir com alta voltagem quem lhe interessa, descartar sumariamente as pessoas quando a utilidade termina e ignorar friamente quem não lhe traz proveito algum”, destaca o autor. Um capítulo do livro relata o momento em que Suzane, ameaçada ao estar em um presídio em Taubaté, também na região do Vale do Paraíba, recorre ao promotor que acompanha o seu processo para pedir ajuda e a transferência a outra unidade. O autor relata que, nesta ocasião, o promotor “se aproveitou” do momento para pedir favores sexuais.

Suzane denunciou à Corregedoria do Ministério Público o promotor, que foi suspenso por 22 dias. Ele sempre negou qualquer relação com a criminosa. “Ela arquitetou todo o plano de morte dos pais e, quando o namorado, Daniel, desiste de participar do crime, ela inventa que era estuprada pelos pais desde criança. Isso mostra um perfil mentiroso, que faz o que for necessário para atingir seus objetivos”, relata o autor da biografia. O biógrafo conta com exclusividade que, logo após ser presa, Suzane tentou se aproximar do irmão, Andreas. Em um dos momentos, ela obriga e manipula emocionalmente Andreas para escrever uma carta à mão, contando que ele apoia e perdoa a irmã, com o objetivo de ter acesso à partilha na herança dos pais. Em uma saída temporária, Suzane também vai até a casa do irmão e o persegue. Mas Andreas, segundo o jornalista, evitou contato e fugiu das investidas de reaproximação da irmã. Justiça nega pedido de Suzane Richthofen para barrar livro sobre sua história.

Foto: divulgação

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