A equipe jurídica de Donald Trump enviou nesta segunda-feira (20) uma carta na qual considera o julgamento político contra o presidente dos EUA uma “perversão perigosa da Constituição” e pede para o Senado a absolvê-lo imediatamente. Quase simultaneamente, os impulsores do impeachment na Câmara dos Deputados afirmaram, em resposta a um comunicado anterior de Trump, que o presidente teve uma “conduta corrupta para trapacear nas próximas eleições” e que o Senado deveria destitui-lo após “um julgamento justo”.
O julgamento político começará nesta terça-feira às 13h locais (15h de Brasília). Os senadores ouvirão os argumentos por seis horas por dia, seis dias por semana, em um exercício presidido pelo presidente da Suprema Corte, John Roberts. Na noite desta segunda-feira, o líder da maioria republicana do Senado, Mitch McConnell, propôs regras para que cada parte tenha 12 horas em dois dias para apresentar suas argumentações. Isso faria com que o processo corresse significativamente mais rápido do que o julgamento contra Bill Clinton em 1999.
A Câmara debaterá e votará a proposta na terça. Por enquanto, o senador democrata e líder da minoria Chuck Schumer disse que McConnell está apressando o julgamento e dificultando a apresentação de testemunhas e documentos. A carta dos advogados de Trump chega em um dia de calma em Washington pela celebração do Dia de Martin Luther King, feriado nos Estados Unidos. O documento escrito pela equipe jurídica de Trump, com mais de 100 páginas, deixa claro que seus advogados se opõem à própria ideia do processo de impeachment. Eles alegam que as duas acusações feitas ao presidente – abuso de poder e obstrução do Congresso – pela Câmara dos Deputados, de maioria democrata, são “constitucionalmente deficientes”.
Os advogados acrescentam que essas acusações são “o resultado de um processo inconstitucional sem precedentes que negou ao presidente o direito básico” de se defender e considera que “a única opção constitucional é rejeitar essas acusações e absolver o presidente”. Os democratas acusaram Trump de usar seus “poderes presidenciais para pressionar um parceiro estrangeiro vulnerável a interferir” nas eleições dos EUA “para seu próprio benefício”. “Ao fazer isso, prejudicou nossa segurança nacional e nosso governo autônomo democrático”, acrescentaram os democratas.
Os democratas acusaram Trump pelo crime de abuso de poder por pressionar a Ucrânia a investigar seu possível rival democrata nas próximas eleições, Joe Biden, e a acusação de obstrução ao Congresso por impedir que alguns de seus assessores testemunhassem no caso.
Foto: divulgação