Em 2020, 49% dos brasileiros estabeleceram “poupar dinheiro” como sua principal meta financeira. É o que aponta levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). É o segundo ano consecutivo em que guardar dinheiro aparece como prioridade. “Mesmo com a melhora econômica de 2019, a população ainda está abalada pela crise dos anos anteriores. Por quase 10 anos, o reajuste dos salários e do imposto de renda não acompanharam a inflação. Além disso, há um medo generalizado de ficar sem emprego”, explica o coordenador do curso de Gestão Financeira do Centro Universitário Internacional Uninter, Daniel Cavagnari. Segundo o professor, a sensação de perda de dinheiro por longos períodos é que motiva a população a poupar e a repensar o orçamento familiar. Em 2019, 78% dos consumidores já tinham realizado cortes de gastos, principalmente nas refeições fora de casa (46%).
Para aqueles que desejam terminar 2020 com mais dinheiro no bolso, a solução resume-se em três áreas: reduzir gastos, planejar-se financeiramente e investir a renda extra. Para cortar gastos, o professor orienta a analisar o valor de cada produto. “Se você quer manter seu poder de compra, não pode permitir que o vendedor sobrevalorize o produto. Em outras palavras, se está caro, não compre”, defende. Quanto ao planejamento, Cavagnari ressalta a importância de colocar no papel todas as rendas e gastos, sejam fixos ou variáveis. Para quem vive em família, o processo deve ser feito em conjunto. “Pode-se usar um bloco de papel ou, preferencialmente, em uma planilha eletrônica. Existem também aplicativos que auxiliam no planejamento”, diz. Com o dinheiro extra garantido, o professor recomenda analisar as opções de investimento: poupança, renda fixa, Tesouro Direto, fintechs e até mesmo ações. “Dinheiro parado na conta se desvaloriza com o tempo, além de nos tentar a gastar com futilidades. Para poupar efetivamente, é inevitável investir”, pontua.
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