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INFLAÇÃO OFICIAL FECHA 2019 EM 4,31% E FICA ACIMA DO CENTRO DA META

Redação - 10/01/2020 11:00

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do Brasil, fechou 2019 em 4,31%, ultrapassando o centro da meta para o ano, que era de 4,25%. Em 2018, o índice ficou em 3,75%. Trata-se da maior inflação anual desde 2016, quando o índice ficou em 6,29%, segundo divulgou nesta sexta-feira (10). Em dezembro, o IPCA acelerou para 1,15%, após ter registrado taxa de 0,51% em novembro, segundo divulgou nesta sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se do maior resultado para um mês de dezembro desde 2002, quando o IPCA ficou em 2,10%. O resultado ficou acima do esperado pelo mercado. Os analistas das instituições financeiras previam uma inflação de 4,13% em 2019, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central.

Apesar de ter ficado acima do centro da meta, a inflação oficial ficou dentro do limite de variação de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Pela meta estabelecida, a inflação poderia ficar entre 2,75% e 5,75%. A inflação de 4,31% em 2019 foi pressionada principalmente, pelo grupo “Alimentação e bebidas”, que apresentou alta de 6,37% no ano e impacto de 1,57 ponto percentual no acumulado de 2019. Na sequência, pesaram os custos dos “Transportes” (3,57%) e “Saúde e cuidados pessoais” (5,41%), com impactos de 0,66 p.p. e 0,65 p.p., respectivamente.

O grande vilão da inflação em 2019 foi, sem dúvida, a carne, que teve alta de 32,40%, representando um impacto de 0,86 pontos percentuais (p.p.) no indicador geral. A dispara dos preços, principalmente nesta reta final do ano, aconteceu em meio ao aumento das exportações para a China e à desvalorização do real. “Embora essa alta tenha se concentrado nos meses de novembro e dezembro, foi o maior impacto individual no indicador”, afirmou o gerente da pesquisa Pedro Kislanov.

Pesou também no bolso do brasileiro no ano a alta nos planos de saúde (8,24%), com impacto de 0,34 p.p. no índice da inflação, por conta do reajuste autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Dos nove grupos de despesa pesquisados, apenas artigos de residência tiveram deflação (-0,36%) em 2019. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que é usado como referência para reajustes salariais e benefícios previdenciários, encerrou 2019 com variação acumulada de 4,48%, acima dos 3,43% de 2018.

Apesar da maior pressão inflacionária a reta final de 2019, puxada principalmente pelo alta do preço da carne, a expectativa é que a inflação permanecerá em patamar baixo. Para 2020, os economistas das instituições financeiras projetam um IPCA em 3,60%, segundo a pesquisa Focus do Banco Central. Neste ano, o centro da meta é de 4%, um pouco menor que em 2019. A meta terá sido cumprida se o índice oscilar de 2,5% a 5,5%.

A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros. A Selic terminou 2019 a 4,5% ao ano, nova mínima histórica, após novo corte de 0,5 ponto em dezembro, quando o BC indicou cautela em relação aos juros daqui para frente em meio a uma retomada econômica com mais ímpeto. A expectativa atual do mercado para a taxa básica de juros é de que a Selic encerre este ano em 4,50%.

Foto: divulgação

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