Apesar de 85% da população ter consciência da importância de guardar dinheiro, cerca de 93% dos brasileiros não têm uma reserva para cobrir emergências. Os dados são do Relatório de Cidadania Financeira do Banco Central (2018) e revelam não só a necessidade crescente da importância da educação financeira, como também dão a dimensão da quantidade de pessoas que buscam por crédito bom e barato. Para ajudar os brasileiros nesta missão, os economistas Guilherme Nasser, Lereno Soares e Renan Coutinho se uniram ao engenheiro Arthur Bonzi Monteiro, e aos holandeses Ruud Sneep (PhD em Empreendedorismo) e Jacco de Vos (analista de crédito) para fundar a fintech Juros Baixos.
A fintech compara as menores taxas de juros em 18 instituições, funcionando como uma verdadeira orientadora de crédito e financiamentos. Na plataforma da fintech qualquer pessoa pode simular empréstimos em diferentes bancos, financeiras e fintechs de crédito online, podendo contratar empréstimos de parceiros diretamente no site. “Buscamos inovar no mercado financeiro promovendo a transparência e a concorrência no mercado de crédito”, explica Nasser, CEO da Juros Baixos.
Além do comparador de empréstimos, a Juros Baixos mantém um portal de educação financeira, com conteúdos gratuitos sobre crédito e finanças e um curso sobre Planejamento Financeiro, disponível gratuitamente neste link e também na plataforma de cursos da Udemy. Além disso, conta com canal no Youtube (youtube.com/jurosbaixos) e perfil no Instagram (@jurosbaixos) com dicas sobre finanças pessoais. “Nossa missão é facilitar e guiar decisões financeiras inteligentes. Queremos descobrir como as pessoas podem poupar melhor para emergências e para o longo prazo”, comenta Lereno Soares, responsável pela área de Educação Financeira da fintech.
Em 2014, Renan, Arthur e Nasser fizeram um intercâmbio na cidade de Tilburgo, na Holanda. Neste ano, a taxa SELIC fechou em 11,75% ao ano enquanto taxa básica de juros na zona do euro era negativa. “A discrepância era espantosa, tanto para nós quanto para os holandeses. Conheci o Renan na faculdade de economia na Fundação Getúlio Vargas, e, em 2016 nos juntamos para fazer algo a respeito dos juros altos no Brasil”, conta Lereno.
Lereno explica que quando o assunto são juros altos, o empréstimo para pessoa física torna-se bem mais difícil, e desde 2014 o cenário não era otimista. “Em 2016, nossa taxa básica de juros alcançou o patamar de 14,25% ao ano e a taxa média para empréstimo pessoal não consignado ficou em 130% ao ano. A europa continuava no zero. Na mesma época, no Brasil, começavam a surgir algumas fintechs de crédito, discussões sobre novas regulações, tecnologia, educação e economia comportamental”. O grupo concluiu que os altos juros do Brasil não tinham apenas causa macroeconômica, mas que também tinham raízes na baixa concorrência no mercado de crédito e da falta de educação financeira da população.
“Se juros altos eram o problema, nossa solução foi buscar onde estavam os juros baixos para as pessoas”, completa Lereno. Percebendo a oportunidade de negócio, a equipe criou a plataforma em 2016, e dois anos depois conquistou um investimento do fundo holandês Componendo Capital, que permitiu a startup dar um salto tecnológico na plataforma, integrando de forma mais direta às fintechs e financeiras. Hoje, o site possui aproximadamente 1.5 milhão de visitas mensais e conta com mais de R$ 10 milhões de empréstimos emitidos por meio da plataforma.
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