O ano de 2020 terá mais feriados nos dias de semana e também mais fins de semana prolongados a partir de 2019. O que é uma boa notícia para a maioria das pessoas preocupadas com a indústria e o comércio, de um lado, mas é comemorado pelos valores ligado ao turismo, de outro. O próximo ano terá 251 dias úteis, dois a menos que 2019, e o número de feriados nos dias da semana será maior: serão 11 contra oito. Mais que isso, serão seis dias seguidos que poderão ser emitidos com sábado e domingo, contra dois em 2019.
Esse efeito calendário terá influência na atividade econômica. O brasileiro vai folgar mais e trabalha menos no próximo ano. A retomada do crescimento mais forte da economia em 2020 é esperada pelo governo, analistas e bancos. Segundo ou boletim Focus, do Banco Central, uma economia brasileira pode crescer 2,25% no ano que vem. O BC revisou uma previsão de crescimento de 2020 de 1,8% para 2,2%. Com menos folgas, uma expansão poderia ser maior.
Segundo o gerente de pesquisa industrial do IBGE, André Macedo, uma maior ou menor presença de dias úteis influencia a indústria. – O maior número de feriados não atinge setores de produção contínua, como o siderúrgico e o óleo e gás, mas afeta ou não os automóveis e os aparelhos. Para ele, porém, o mais importante é se a economia estiver ou não aquecida. No varejo do Rio, o maior número de folgas representa o prejuízo. O setor estima uma redução de R $ 4,8 bilhões. Conforme o Centro de Estudos do Clube de Diretores Lojistas do município (CDL-Rio), cada dia representa uma perda média de perda de R $ 405 milhões.
A entidade diz que terá mais de 20 dias de movimento prejudicado. Abril terá mais feriados: Paixão de Cristo (sexta-feira), Tiradentes (terça-feira) e São Jorge (quinta-feira), seguido de novembro com Finados (segunda-feira) e Consciência Negra (sexta-feira). João Gomes, presidente da Fecomércio do Estado do Rio, afirma que feriados prolongados causam perda de até R $ 3 bilhões por dia no comércio de bens e serviços: —Mais de 60% das lojas do estado estão localizadas em regiões não turísticas e 80% se encontram nas lojas da rua. Não contabilizamos produtos situados em compras.
O economista-chefe da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco, diz que há poucos anos de trabalho: os trabalhadores folgam no feriado, mas recebem: – Você produz menos, seu custo não cai e tem impacto na contabilidade das empresas. O PIB (Produto Interno Bruto) não pode refletir como horas trabalhadas, mas registrar o ritmo de produção e o faturamento. Segundo Ministério do Turismo, no ano passado, feriados prolongados resultaram em 13,9 milhões de viagens domésticas, injeção de R $ 28,84 bilhões em economia.
Os feriados de maio movimentaram R $ 9 bilhões e 4,5 milhões de viagens. Em 12 de outubro (Dia de Nossa Senhora Aparecida), foram 3,24 milhões de viagens, com impacto de R $ 6,7 bilhões nos destinos públicos. – Para o turismo, qualquer feriado nacional é ótimo. Movimentação ou turismo interno, que também está sendo ajudado pelo dólar alto – diz Alexandre Sampaio, presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação. A Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav Nacional) calcula alta entre 8% e 14% sem movimento em anos com muitos feriados. Como as pessoas tendem a fazer mais viagens ao longo do ano, mesmo que sejam curtas e para destinos próximos à casa. A demanda não fica concentrada nas grandes temporadas.
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