Ao iniciar seu discurso de posse no Congresso Nacional , em 1º de janeiro, o presidente Jair Bolsonaro aceitou os brasileiros que confiaram a missão de governar o país em um período de “grandes desafios” e “enorme esperança”, e compartilharam um responsabilidade com os parlamentares presentes: “(Vou) governar com vocês”. Um despeito da promessa, um gerenciamento do presidente não foi marcado por busca de consensos, e sim por um clima de enfrentamento permanente com outros poderes e instituições da sociedade civil. O ambiente belicoo não impediu o governo Bolsonaro de terminar seu primeiro ano com avanços em uma agenda econômica fundamental para pavimentação ou fim de recessão, mas contribuiu para que ele não deixasse marcas relevantes em outras áreas.
Com uma maioria reformista e não alinhada ao lado mais ideológico da agenda presidencial, o Congresso definiu os rumos da reforma da Previdência e barrou uma pauta de trajes. Ao longo do ano, ampliou seu controle sobre o orçamento e impediu os canais presidenciais que tentaram desestruturar as políticas públicas consolidadas nas últimas três décadas. Em boa medida, o sistema de freios e contrapartes entre os poderes da República funciona. Ainda assim, os retrocessos acabaram ocorrendo principalmente nas áreas do meio ambiente, cultura e educação. Às vezes, em um ano novo, a dúvida sobre qual será o peso de cada uma dessas agendas – um reformista e um obscurantista – em 2020.
Foto: divulgação