O governador da Bahia, Rui Costa (PT), e o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), baixaram o tom em 2019 após clima acirrado nos anos de 2017 e 2018, véspera e ano eleitoral, respectivamente. No ano passado, havia a possibilidade de confronto entre os dois pelo governo da Bahia, mas o democrata acabou desistindo e permaneceu no Executivo soteropolitano. A briga entre eles agora é para ver quem faz mais por Salvador e pela Bahia.
Rui e Neto iniciaram este ano marcando um encontro. Na Lavagem do Bonfim em janeiro, o prefeito foi convidado pelo governador para uma reunião na sede da Governadoria, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), em Salvador. Os dois estiveram juntos depois de um apelo público do democrata por um encontro para tratar da mobilidade urbana da capital baiana. O último registro de reunião oficial entre os gestores foi em maio de 2015, quando se encontraram para definir ações emergências por causa de fortes chuvas na capital baiana.
Rui Costa e ACM Neto voltaram a se encontrar na abertura do Carnaval. Fato que não aconteceu no ano passado, já que o petista decidiu abrir o evento no Campo Grande. E o democrata fez a cerimônia na Barra. O clima de paz durou quatro meses. Logo, Neto voltou a criticar o chefe do Palácio de Ondina e o PT. E Rui Costa reagiu com dureza.
Três projetos do governo os colocaram em uma nova rota de colisão. Foram eles: a Ponte Salvador-Itaparica, o VLT e a rodoviária. A reforma da Previdência, que foi encaminhada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao Congresso Nacional e aprovada, também provocou embate entre os administradores. Neto criticou o “jogo duplo” de Rui Costa. Segundo ele, o chefe do Palácio de Ondina defendeu o texto em Brasília, mas se posicionou contra na Bahia para não sofrer com a impopularidade no estado. “E, mais uma vez, demonstra que é um gestor público com fragilidade de opinião, preocupado apenas com posturas midiáticas e tentando ficar bem com todo mundo”, declarou o prefeito.
Os embates entre Neto e Rui Costa, porém, foram mais duros nos anos de 2017 e 2018. Nestes períodos, as trocas de farpas eram constantes e duras. Rui chegou a chamar o prefeito de “mentiroso”. E foi acusado pelo gestor soteropolitano de retaliação ao retirar policiais militares que faziam a escolta do chefe do Palácio Thomé de Souza. Na época, o democrata pediu a demissão do secretário estadual de Segurança Pública, Mauricio Barbosa, e do comandante da Polícia Militar, Anselmo Brandão.
No final deste ano, os administradores voltaram a se encontrar na inauguração de um centro de psicossocial na capital baiana. Foi a primeira inauguração com os dois juntos. Após o evento, eles trocaram cordialidades pelas redes sociais. “Comigo é assim: as diferenças políticas ficam de lado quando o assunto é Salvador. Participei, agora há pouco, ao lado do governador Rui Costa, da inauguração do primeiro Centro de Atenção Psicossocial (Caps) do tipo três, localizado em Armação.
O equipamento, que foi construído pelo governo do Estado e será gerido pela Prefeitura, fará o atendimento voltado para a saúde mental especializada no tratamento e reinserção social de pessoas com transtornos graves e persistentes”, disse o democrata. “Esse trabalho é resultado de uma parceria entre prefeituras e o Governo do Estado, nenhuma divergência politica-partidária irá impedir a mudança na vida dos baianos”, escreveu o petista. “Com muito trabalho e atuação conjunta com os municípios, a saúde se fortalece e o povo baiano se beneficia ainda mais”, emendou.(TB)
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