Com o aumento da informalidade no mercado de trabalho, em 2018, o número e o percentual de pessoas que trabalhavam nas ruas, na própria casa, ou em veículo, cresceram e chegaram a seus patamares mais altos desde 2012, tanto na Bahia quanto em Salvador. No ano passado, 15,7% das 4,7 milhões de pessoas ocupadas no setor privado no estado tinham como local de trabalho as ruas/ áreas públicas, o próprio domicílio ou um veículo (carro, caminhão, táxi etc.) – o que representava 733 mil trabalhadores.
Na capital, o percentual era ainda maior. Quase 1 em cada 5 pessoas ocupadas no setor privado trabalhava nas ruas, em casa ou em veículo: 19,2% ou 232 mil pessoas (de um total de 1,2 milhão). Na Bahia, o percentual de pessoas trabalhando nas ruas, em casa ou em veículo era de 12,9% em 2012, primeiro ano da série histórica da PNAD Contínua. Ele mostrou movimento de queda até 2015, quando chegou ao seu menor nível (11,5%). Em 2016 (12,3%) retomou a trajetória de alta e acelerou o ritmo de aumento em 2017 (14,1%) e 2018 (15,7%).
Com isso, o estado subiu no ranking nacional nesse indicador, passando de 12º maior percentual em 2016, para 11° em 2017 e 9° maior percentual de pessoas trabalhando nas ruas, em casa ou em veículo em 2018. Frente a 2017, o número de trabalhadores baianos atuando nesses locais cresceu 13,7%, passando de 645 mil para 733 mil, o que significou mais 88 mil pessoas nessa situação em um ano. A trajetória foi parecida em Salvador, porém com um crescimento ainda mais intenso no grupo dos que trabalham nas ruas, em casa ou em veículos.
Entre 2017 e 2018, o número de pessoas trabalhando nas ruas, na própria casa ou em veículo cresceu 30,1% na capital baiana. Passou de 179 mil para 232 mil, o que significou mais 54 mil pessoas trabalhando nesses locais em um ano. Foi o segundo maior aumento em termos absolutos entre as capitais brasileiras, abaixo apenas do verificado em São Paulo/SP (de 465 mil em 2017 para 632 mil em 2018, ou mais 168 mil pessoas).
Com isso, no ano passado, dentre as capitais, Salvador tinha o segundo maior percentual de trabalhadores do setor privado atuando nas ruas, em casa ou em veículo (19,2%). Perdia apenas para Belém/PA (23,5%). Um ano antes, em 2016, com 15,7%, a capital baiana estava apenas em 7º lugar nesse ranking. Assim como ocorreu com a Bahia como um todo, Salvador também mostrou uma tendência de queda no percentual de pessoas trabalhando nas ruas, em casa ou em veículo de 2012 (quando 15,8% dos ocupados atuavam nesses locais) até 2015 (quando o percentual chegou a 11,3%). Depois disso, o indicador vem aumentando em ritmo crescente.
O aumento do trabalho nas ruas, em casa e em veículo também ocorreu no país como um todo, chegando, em 2018, ao seu maior patamar desde 2012. No ano passado, 9,7 milhões de pessoas de 14 anos ou mais de idade trabalhavam nas ruas, nas próprias casa ou em veículos, em todo o Brasil, o que significava 13,7% do total de pessoas ocupadas no setor privado. Entre os estados, os maiores percentuais de pessoas trabalhando nesses locais estavam no Pará (21,0%), em Sergipe (20,9%) e Amazonas (20,1%). Por outro lado, eram menores no Rio Grande do Sul (8,3%), Paraná (8,3%) e em Santa Catarina (6,7%). Todos eles tiveram aumento em relação a 2017.
Entre as capitais, depois de Belém e Salvador, vinha Natal/RN (18,7%). No outro extremo, com os menores percentuais, estavam em Florianópolis/SC (9,6%), Porto Velho/RO (9,6%) e Curitiba/PR (9,0%). Em 2018, segundo dados da própria PNAD Contínua, cerca de 6 em cada 10 pessoas que trabalhavam na Bahia eram informais (56,7% da população ocupada), o que representava 3,3 milhões de trabalhadores – o maior número desde 2013. Em Salvador, a informalidade foi recorde em 2018, atingindo 4 em cada 10 trabalhadores da capital (40,3%, o que equivalia a 587 mil pessoas).
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