As redes sociais deixaram de ser apenas um espaço para encontrar pessoas e se transformaram em ferramentas de recrutamento, recolocação profissional e até mesmo de formar network (rede de relacionamentos profissionais). No entanto, muitas pessoas ainda fazem confusão entre as plataformas profissionais e os perfis privados, comprometendo possíveis contratações e criando imagens pouco positivas. O Correio ouviu alguns especialistas que reuniram dicas preciosas para montar um perfil campeão nas plataformas sociais e profissionais.
Para o presidente da seccional baiana da Associação Brasileira de Recursos Humanos(ABRH), Wladimir Martins, a primeira dica é se convencer que espaços como o Likedin, por exemplo, são ferramentas profissionais e, por isso mesmo, não cabem fotos do final de semana ou das férias. “Essas redes são vitrines para exposição profissional, então, é preciso que se mostre da forma como se quer ser visto no ambiente laborativo”, sugere.
Com uma postura parecida, a representante da plataforma de recrutamento digital Revelo, a gerente Ana Neri afirma que ter uma presença adequada na rede é um fator estratégico para que um profissional avance nas etapas de uma seleção. “O LinkedIn, em particular, é importante para que o candidato possa se apresentar ao mercado. Um bom perfil nessa rede permite importar informações para outras plataformas”, pontua Ana Neri.
O especialista em marketing digital Adson Neves lembra que a primeira imagem é a que fica, por isso mesmo, no momento de construir o perfil, opte por uma boa foto, que esteja coerente com o que se deseja profissionalmente. “Descreva para o mundo como você gostaria de ser visto (a). Fale sobre suas motivações, quais os benefícios a empresa terá com você no time. Inclua seus contatos e palavras-chaves que estão relacionadas ao que você faz ou deseja fazer”, ensina
Sêniores e Júniores
Para os profissionais sem experiência, a orientação é que as atividades extracurriculares sejam evidenciadas, preferindo abandonar terminologias criativas e se atendo ao nome correto e tradicional de cargos e funções. “Evite termos exóticos que dificultam que o recrutador encontre o perfil do profissional desejado”, orienta Ana Neri. No caso do profissional sênior, é importante criar um perfil sucinto, focando no que se quer fazer. “Esse profissional pode pensar num descritivo com cinco linhas. Não é preciso fazer descrições detalhadas e longas das funções exercidas e nem se ater em detalhes desnecessários”, completa Ana Neri. Ela destaca que todo o perfil precisa ser construído com base numa linguagem objetiva e com tom amigável. “Para criar conexão e garantir um bom networking, participe de grupo e seja fiel ao seu perfil, use termos objetivos, claros e simples”, completa.
Honestidade
Quando o assunto são as redes sociais, Adson Neves é enfático em afirmar que o profissional precisa fazer a gestão dessas plataformas. “Cuidado com polêmicas e confusões. Lembrem-se que demissões podem ser resultado de comentários maldosos e impensados, pois estamos expostos 24h por dia e, muitas vezes, há um envolvimento muito emocional”, diz o especialista.
Wladimir Martins chama a atenção para o cuidado que as pessoas de um modo em geral precisam ter com o que divulgam nas suas redes. “Na rede social que tem o perfil mais profissional não vale de modo algum publicar informações que não são verdadeiras, seja sobre experiências, fluência em línguas ou locais trabalhados”, reforça o presidente da ABRH.
Martins destaca que também vale cuidado com a repostagem das chamadas fake news. “É de péssimo tom verificar que em um perfil pessoal só há informação falsa, sem checagem da fonte de origem, então, sempre que possível, evite publicar sobre o que não se tem conhecimento”, completa.
Ana Neri sugere que o profissional tenha a consciência de que nem tudo precisa ser compartilhado e, que nas redes sociais, valem as ferramentas que filtram o que pode e o que não pode ser visto e por quais públicos. “O profissional não precisa estar subordinado ao comportamento da empresa que atua, mas se ele reconhece que possui posturas e pensamentos muito afrontosos, deixe para dividir isso entre os seus amigos e familiares”, ensina.
Ela também ressalta que o LikedIn não é espaço para paquera ou para mensagens de teor dúbio. “Rede social aberta é só para os amigos. Deixar tudo aberto é um problema especialmente para quem deseja se movimentar no mercado profissional”, diz. Outra dica reside no fato de que é sempre bom publicar artigos e participar de discussões que demonstrem a competência profissional.
Primeira imagem é a que permanece
Estatísticas do LinkedIn apontam que perfis com fotos são mais acessados, por isso, é fundamental investir em uma boa imagem. Mas, calma, ela não precisa necessariamente ser uma foto formal. O importante é ter coerência
Objetivos muito bem definidos
Ao descrever seu perfil e atuação profissional, defina bem seus propósitos. É importante deixar claro a área em que está inserido, uma vez que isso facilitará a busca de recrutadores. Não é preciso inventar termos muito inovadores.
Competências bem explícitas
O perfil na rede social muitas vezes é um primeiro contato do recrutador com o possível candidato a ser entrevistado. Invista em um perfil completo com informações sobre cursos, formação acadêmica e experiências profissionais
Construindo a rede de relacionamentos
Embora seja muito utilizado para a busca por oportunidades profissionais, o LinkedIn tem como característica principal ser uma rede social. Por isso, é importante construir conexões com colegas de trabalho e gestores
Mostre ao mundo para o que veio
Além de ter todos os seus dados na plataforma, é importante mostrar ao mercado o que você entende e como lida com os desafios da área. Produzir artigos autorais embasados em experiências, conhecimentos e boas práticas é muito bom.