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MOVIMENTO BUSCA INCENTIVAR EMPREENDEDORISMO DE NEGROS NO BRASIL

Redação - 12/12/2019 14:23

Em um país onde os negros são maioria, um dos conceitos que mais cresce no Brasil é o black money (dinheiro negro), que é definido pela escolha de pessoas negras em comprar e adquirir bens de outras pessoas afrodescendentes. Um dos grandes expoentes da ideia é o Movimento Black Money (MBM), que busca inovação para inserção e autonomia da comunidade negra dentro da economia.

Uma das fundadoras do movimento é a CEO do D’Black Bank Nina Silva. Ela foi convidada do Conversa Brasileira, programa da Rádio A TARDE FM e contou mais sobre como funciona o MBM.

“Hoje os empreendimentos dos negros, são empreendimentos de sobrevivência e não de oportunidade. O Movimento Black Money está aí para trazer oportunidade e possibilidade de escala para esses empreendimentos… No mercado nós (MBM) só temos empreendimentos pretos, prestadores de serviços pretos e pretas, e na hora de comprar, qualquer um pode. Temos uma hashtag que é ‘compre de preto, mas venda pra todos’, porque a gente também quer que as pessoas não-brancas incentivem a prática do black money para que de alguma maneira as desigualdades raciais no Brasil diminuam e a partir disso nós criarmos mais oportunidades para a nossa população”, explicou.

Nina Silva foi considerada uma das mulheres mais poderosas do Brasil pela revista Forbes e uma das 100 personalidades afrodescendentes mais influentes com menos de 40 anos de idade pela Most Influential People of Africa Descent, parceira da Organização das Nações Unidas (ONU). Também entrou recentemente para a lista de dez mulheres que transformam o empreendedorismo e a inovação, elaborada por EXAME.

“Somos 56% de negros segundo a auto-declaração regulada pelo IBGE, cerca de 115 milhões de pessoas. Ainda assim, somos o grupo que ainda tem a menor rentabilidade em relação a economia em todos os índices dentro das empresas. A pessoa com mesmo nível de escolaridade, mesma função acaba tendo um salário menor por conta de um preconceito, seja ele racismo ou misoginia em relação a gênero”, pontuou Nina.

O black money já era uma expressão americana que fazia relação ao dinheiro ‘sujo’ ou ‘ilegal’. A expressão no entanto foi ressignificada para passar o conceito de que o dinheiro e outros tipos de riqueza circulem dentro da própria comunidade negra. Segundo Nina, “a ideia é trazer mais empregabilidade e alavancar investimentos negros”.

“Quando a gente olha para a pirâmide socioeconômica do Brasil, nós temos na base cerca de 75% de pessoas negras nos 10% mais pobres, então a base tem cor. Quando eu mudo a realidade da renda média de quem está na base dessa pirâmide, eu impacto diretamente a pirâmide inteira, porque gera investimento em consumo. Então o problema social do Brasil tem cor”, afirmou.

(A tarde)

*Foto:

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