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GRUPOS ESTRANGEIROS INJETAM R$ 161 BI EM FUSÕES NO BRASIL

Redação - 11/12/2019 07:00

As operações de fusões e aquisições atingiram até novembro um total de R$ 275,8 bilhões, um valor recorde, superando em quase R$ 90 bilhões o movimentado durante todo ano passado: R$ 188,7 bilhões, de acordo com a consultoria TTR Transactional Track Record. Até novembro, foram mapeadas 1.217 transações, 10,2% acima de 2018. Os grupos estrangeiros responderam por quase 60% dos negócios, ou R$ 161.3 bilhões, com 281 operações fechadas.

Wagner Rodrigues, diretor responsável pelo levantamento da TTR, diz que os valores computados até novembro foram “inflados” pela Petrobrás, que arrematou no leilão do pré-sal, no início do mês passado, duas das quatro áreas do bloco de Búzios, da Bacia de Santos, por R$ 68 bilhões. Mesmo assim, se excluído esse negócio, a marca é recorde em valor na série histórica da consultoria, batendo o desempenho de 2018, até então a melhor marca.

A estatal brasileira foi a protagonista este ano das operações de fusões e aquisições no mercado tanto do lado comprador quanto vendedor. Em abril deste ano, a Petrobrás vendeu o gasoduto TAG para a francesa Engie, por US$ 8,6 bilhões: o maior negócio fechado por um grupo estrangeiro em 2019. No ano passado, as transações lideradas por estrangeiros somaram R$ 85 bilhões.

No início de novembro, a petroleira também se desfez da Liquigás, divisão de gás de cozinha, por R$ 3,7 bilhões. A empresa foi adquirida por um consórcio liderado pela brasileira Copagaz – Itaúsa e Nacional Gás também participaram. Multinacionais americanas, após três anos consecutivos de queda de investimentos no País, voltaram a aumentar seu interesse em ativos brasileiros. De janeiro a novembro, elevaram em 6% o volume de transações, com 112 negócios registrados.

As empresas dos Estados Unidos investiram mais de R$ 15 bilhões em aquisições no Brasil, com a maior parte deste investimento direcionado para as empresas locais que atuam no segmento de tecnologia e internet. A aprovação da reforma da Previdência e o crescimento da economia devem impulsionar os negócios no País. Se no mercado de capitais a participação do investidor estrangeiro foi mais tímida, as transações de fusões e aquisições seguirão firmes.

Para Bruno Fontana, chefe da área de banco de investimento do banco Credit Suisse, o crescimento do PIB, acima do esperado, deverá estimular o mercado fusões e aquisições nos próximos meses. “O investidor estratégico tem uma visão de longo prazo. Oscilações de câmbio, por exemplo, têm um impacto menos relevante nas análises de retorno no longo prazo”, diz. O PIB mais robusto que o esperado, segundo Fontana, reforça a perspectiva de mais negócios envolvendo ativos brasileiros. O Credit Suisse prevê um crescimento do PIB de 2,5% em 2020.(ESP)

Foto: divulgação

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