Segundo o presidente da CCR Metrô Bahia, Rodolfo Gonzalez, a empresa terá prejuízo de R$ 200 milhões em 2019. Isso por conta da reorganização total das linhas de ônibus de Salvador e metropolitanas, que leva o sistema a não ter a quantidade de usuários inicialmente prevista no contrato de concessão assinada com o governo do Estado. Gonzalez disse, no entanto, que a empresa não pretende pleitear aumento no valor da passagem, atualmente de R$ 3,70, para compensar a perda.
Sem integração total entre os modais, há uma concorrência entre algumas linhas de ônibus e o metrô. Por isso, pessoas que poderiam usar metrô acabam optando pelos coletivos. Isso provoca o chamado déficit de demanda: a previsão contratual é de que 550 mil pessoas usassem os trens diariamente, mas, atualmente, a média é de 180 mil passageiros a menos.
Outra coisa que tem pressionado as finanças da empresa é o fato de a concessionária ter tomado um empréstimo milionário junto ao BNDES para compensar os prejuízos gerados pelo déficit de demanda. Gonzalez não chegou a dizer o valor do negócio, mas, no site do banco, constam duas operações de crédito milionárias em aberto em nome da CCR: uma de R$ 640 milhões, feita em dezembro de 2017, e outra de R$ 400,6 milhões, de dezembro do ano passado.
“A conta é muito pesada. Além do benefício próprio que o metrô tem que ter para seus acionistas, ele necessita pagar a dívida. Para nós, é muito importante, conseguir fazer essa reorganização”, alertou Gonzalez.
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