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FUNDADORES DO GOOGLE DEIXAM O COMANDO DA EMPRESA

Redação - 04/12/2019 07:07

Até o momento, Page e Brin eram, respectivamente, CEO e presidente da Alphabet, holding criada em 2015 para comandar empresas como Sidewalk Labs, Waymo e Calico, além do próprio Google. Os dois ficarão no grupo como funcionários, além de permanecer no conselho administrativo — onde, juntos, detém 51,3% dos votos. Ou seja, continuarão decisivos na condução dos negócios. Mas o afastamento dos cargos formais tem forte efeito simbólico.

Numa carta aberta, Page e Brin são econômicos ao explicar o motivo da mudança: “Com a Alphabet agora bem estabelecida, e com Google a as ‘Outras Apostas’ operando efetivamente como companhias independentes, é o momento natural de simplificar nossa estrutura de gestão. Alphabet e Google não precisam mais de dois CEOs e um presidente”.

O documento se concentra em exaltar os feitos do grupo. É algo previsível em qualquer texto corporativo, e absolutamente justo quando se trata de uma empresa que, fundada em 1998 por dois estudantes de ciência da computação da Universidade Stanford, tornou-se um império com o terceiro maior valor de mercado do mundo (US$ 892,97 bilhões) — atrás apenas de Apple (US$ 1,173 trilhão) e Microsoft (US$ 1,139 trilhão).

Mas um trecho do comunicado chama atenção: “Criatividade e desafio se mantêm tão presentes quanto sempre, se não mais, e são crescentemente aplicados a uma varidade de campos, como aprendizado de máquina, eficiência energética e transporte. Todavia, o principal serviço do Google — fornecer neutro, preciso e livre acesso à informação — continua no coração da companhia”.

Duas décadas atrás, a frase “don’t be evil” (“não seja mau”, em tradução livre) era uma espécie de mantra na empresa de Page e Brin. Estava presente até no código de conduta entregue aos funcionários. Naquele tempo, a Microsoft era acusada de usar a onipresença de seu sistema operacional Windows para esmagar concorrentes, como a desenvolvedora de nagevadores para internet Netscape. A pressão se dispersou conforme o fundador Bill Gates se afastou do negócio e concorrentes cresceram.

Em 2018, o Google retirou a frase “don´t be evil” do seu código de conduta. Hoje, enfrenta acusações parecidas com aquelas feitas à Microsoft na virada do século. O Congresso dos Estados Unidos investiga se a empresa (ao lado de Facebook, Microsoft e Apple) promove práticas anticompetitivas. Segundo a Anistia Internacional, a empresa (ao lado do Facebook) ameaça os direitos humanos ao monitorar dados pessoais. Fatiar as big techs para desconcentrar poder econômico — como se fez em 1911 com a petrolífera Stardard Oil — tornou-se bandeira na campanha para a Casa Branca, encampada por candidatos como Elizabeth Warren e Bernie Sanders. (G1-Negócios)

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