O faturamento do comércio varejista baiano, desse ano, deve fechar com R$ 66,6 bilhões, ligeira queda de 0,5% em relação a 2018, segundo informações da Fecomércio-BA. Ainda está muito longe do que se vendia no período pré-crise, como em 2014, por exemplo, quando foram contabilizados R$ 83 bilhões de reais (valor já atualizado pela inflação).
Os setores que devem ter os melhores desempenhos são os que comercializam produtos essenciais como supermercados e farmácias. O resultado projetado para o ano é de 3,1% e 1,7%, respectivamente. Vale ressaltar que o Setor Supermercadista evitou uma queda maior, pois representa cerca de um terço de tudo que se vende no estado.
Apesar dos dados gerais indicarem um cenário negativo, é importante realizar uma análise trimestral dos dados. Para o consultor econômico da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze, “havia, desde o final do ano passado, uma expectativa otimista com a eleição. No entanto, um quadro mais desafiador apareceu e a recuperação da economia, que se esperava mais rápida, acabou tendo um ritmo mais lento por causa de toda a negociação da agenda de reformas do governo”. Na opinião do especialista, à medida que as principais reformas e medidas de estímulo forem sendo aprovadas ou adotadas, a confiança dos consumidores e empresários foi retornando.
“Isso começou a partir de setembro, com o anúncio da liberação anual dos recursos do FGTS, PIS/PASEP e com a sequência de redução da taxa básica de juros para o seu menor patamar histórico, de 5% ao ano”, atesta Dietze. Esse último ponto foi fundamental, pois os juros na ponta começaram a baixar para o consumidor. Os bancos tiveram que correr um pouco mais de risco e ofertar mais crédito ao mercado. Ao mesmo tempo em que a economia baiana gerou 38 mil empregos formais até outubro, dá condições de reduzir o risco da inadimplência.
Os números mostram com evidência essa passagem de tempo no ano. Nos dois primeiros trimestres as vendas caíram 2,4% e 2,7%, respectivamente. Já no terceiro trimestre, o saldo das vendas foi de -0,3% e a expectativa para os últimos três meses do ano é de um crescimento de 3% contra igual período do ano passado.
No entanto, para a Fecomércio-BA, os dados esperados de 2019 devem ser lidos com cautela. Caso se confirme a expectativa de crescimento de vendas no Natal de 3,6%, este será um ótimo termômetro para os empresários acreditarem que 2020 será um ano mais favorável e o varejo entrará numa rota positiva buscando recuperar o que perdeu ao longo dos últimos anos e atingindo novos patamares de vendas.
Foto: A Tarde