O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga nesta terça-feira (3) o Produto Interno Bruto (PIB) do país referente ao terceiro trimestre. Segundo economistas e analistas ouvidos pelo G1 os dados devem trazer uma alta entre 0,3% e 0,66% os três meses anteriores, quando a economia teve uma expansão de 0,4%. Se esse resultado for confirmado, a economia brasileira deve seguir em trajetória de recuperação, mas em ritmo ainda fraco, sustentada por um maior consumo das famílias, em meio a um cenário de juros mais baixos, inflação controlada e expansão do volume das operações de crédito.
Das 14 consultorias e instituições financeiras consultadas, 9 esperam uma alta entre 0,4% e 0,5% para o terceiro trimestre. Para o resultado de 2019, 7 das 14 consultorias ainda estimam um avanço abaixo de 1%, e outras 7 preveem uma alta de 1% ou 1,1%. Portanto, provavelmente abaixo do desempenho registrado nos 2 anos anteriores. Já para 2012, 12 delas projetam um crescimento de, no mínimo, 2%.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos no país, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o comportamento da economia brasileira. Os analistas destacam, porém, que historicamente as estimativas para o resultado do PIB do 3º trimestre possuem sempre um grau de dificuldade maior, por conta das revisões nos resultados dos últimos 2 anos que o IBGE incorpora na divulgação. No início do mês, o IBGE anunciou que a alta da economia brasileira em 2017 foi maior, de 1,3%, ante 1,1% divulgado anteriormente, o que provavelmente irá resultar em atualizações das taxas trimestrais anteriores e no próprio resultado do 3º trimestre.
Por conta das possíveis revisões dos resultados anteriores, ainda há dúvidas se o resultado do PIB do 3º trimestre será maior ou menor que o do 2º trimestre. Para o economista Thiago Xavier, da consultoria Tendências, a economia apresentou ritmo de crescimento semelhante ao registrado no 2° trimestre. “A nossa análise é calcada nas projeções para o período tanto na métrica interanual [0,9% no 3º trimestre ante 1% no 2º trimestre] como margem dessazonalizada [0,3% no 3º trimestre ante 0,4% no 2º trimestre]”, afirma.
Segundo o economista da Austin Rating, Alex Agostini, os dados preliminares do 3º trimestre indicam que as bases de comparação já estão se recompondo. “Não dá para soltar rojões, mas é possível comemorar. Portanto, o crescimento daqui em diante, ainda que em nível baixo para um país emergente, já é um sinal muito positivo”, afirma.
A avaliação geral é que, independentemente do percentual de crescimento no período de julho a setembro, a economia brasileira chega na reta final do ano com perspectivas melhores que as que se tinha nos primeiros meses do ano, quando parte do mercado chegou a temer inclusive o risco de uma recessão técnica, caracterizada por duas retrações trimestrais seguidas.
“Permanece um cenário de certa heterogeneidade. Tem coisas que melhoraram e outras que pioraram. Mas ainda não há aquela sensação de que o PIB está numa trajetória de recuperação sólida. É tudo devagar e sempre”, afirma a economista da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), Silvia Matos.
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