Entre 2010 e 2016, as tarifas aplicadas aos produtos importados permitiram que o produtor local elevasse em média 17,4% o preço cobrado em sua mercadoria. O dado consta em relatório divulgado ontem (27) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) que traz o retrato da assistência tarifária efetiva aos setores econômicos do país. Ele revela ainda que a indústria de transformação registrou os maiores percentuais de elevação do preço dos produtos locais.
O estudo do Ipea aponta que os produtores domésticos podem praticar preços mais elevados no mercado interno já que há tarifas de importação aplicadas a produtos estrangeiros concorrentes. Caso estas tarifas não existissem, o valor pedido precisaria ser reduzido. A estimativa do total líquido recebido pelos produtores domésticos a partir desse sobrepreço é chamada de assistência tarifária efetiva, indicador que foi medido no estudo. Este valor também representa quanto a sociedade do país transfere a cada setor produtivo local por meio do sobrepreço dos produtos vendidos no mercado doméstico.
No período estudado, a assistência tarifária efetiva atingiu o recorde de 19% em 2010. Em 2011, caiu para 17,5%. A partir daí, o indicador ficou dentro desses dois percentuais até 2014, quando fechou em 17,9%. Nos últimos dois anos do período estudado, nota-se uma queda chegando a 15,6% em 2016. Esse percentual representa R$148,9 bilhões, o que equivale a 2,2% do Produto Interno Bruto (PIB).
“O montante de assistência teve pouca variação entre 2010 e 2014, quando ficou próximo de R$ 190 bilhões, mas recuou cerca de R$ 17 bilhões na passagem de 2014 e 2015, e mais R$ 25,6 bilhões entre 2015 e 2016”, registra o estudo. (Agência Brasil)
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