As palavras utilizadas em um anúncio de vaga de emprego podem afetar diretamente no número de candidaturas, especialmente quando analisada a questão de gênero. A pesquisa mostrou que adjetivos como “agressivo” em uma descrição de cargo podem, por exemplo, desencorajar 44% das mulheres e 33% dos homens a se aplicarem à vaga em questão. Os dados são do Estudo Global de Diversidade e Gênero “A Linguagem Importa”, feito pela rede social profissional LinkedIn com mais de 12 mil profissionais e 3 mil empresas de recrutamento de diferentes países, incluindo o Brasil, no período de 10 a 31 de maio.
Atualmente, mais de 50 mil descrições de cargos no LinkedIn incluem a palavra “agressivo”, dentro de um universo de 20 milhões de vagas abertas no mundo todo. Um quarto (25%) das mulheres entrevistadas disse que seria desencorajado a se candidatar se a palavra “exigente” fosse incluída em uma descrição do cargo. Já em comparação com os homens, o percentual é de 21%. A pesquisa revelou também que as mulheres são mais propensas do que os homens a não se candidatarem para uma vaga se as palavras “líder nato(a)” fossem incluídas na descrição do cargo, com 22% das respostas, enquanto o índice foi de 20% entre os homens.
Homens e mulheres preferem as mesmas três principais palavras para se descrever em uma entrevista de emprego: trabalhador(a) (58% das mulheres e 49% dos homens), bom(a) no meu trabalho (48% das mulheres e 42% dos homens) e confiante (42% das mulheres e 40% dos homens). No entanto, as mulheres têm uma probabilidade 40% maior que os homens de serem percebidas em uma entrevista de emprego como “qualificadas”, “inteligentes” e “competentes”. As soft skills, conhecidas como as habilidades interpessoais, são usadas por 61% das mulheres e 52% dos homens ao falar sobre suas competências mais destacadas. Cerca de 2 em cada 5 respondentes (39%) ainda afirmou associar o gênero feminino a esse tipo de competência.
As mulheres também priorizam termos que se relacionam mais com seu caráter. Adjetivos como “simpática” e “favorável” foram citados por mulheres mais do que por homens. Em janeiro, o LinkedIn lançou a versão 2019 de seu relatório sobre Tendências Globais de Talento. A pesquisa foi feita com mais de 5 mil profissionais de recrutamentos e talentos de 35 países, incluindo o Brasil. A maior procura pelas soft skills está entre as quatro tendências mapeadas para este ano. E as cinco soft skills mais em alta são criatividade, persuasão, colaboração, capacidade de adaptação e gestão de tempo.(g1)
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