O Greenpeace criticou fortemente as medidas apresentadas pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, em Brasília, nesta quarta, 20, durante encontro com governadores da Amazônia. Para o grupo, as propostas foram vazias, sem metas, prazos ou custos.
“O Ministro fez um anúncio vazio. Não foram apresentadas metas, prazos, custos e nem mecanismos de implementação. Pelo contrário, propostas como a de regularização fundiária poderão premiar a grilagem de terras e incrementar ainda mais a destruição florestal. De acordo com o que foi dito hoje, fica claro que temos um governo incapaz em lidar com a atual crise do aumento do desmatamento, uma situação que ele mesmo criou”, afirma Marcio Astrini, Coordenador de Políticas Públicas do Greenpeace.
O anúncio do Ministro ocorreu após os dados do INPE demonstrarem um aumento de 30% da destruição na Amazônia. No entanto, o Greenpeace alega que meses antes, a crise das queimadas e os alertas dos sistemas de monitoramento já anunciavam um aumento expressivo do desmatamento.
“Enquanto o Ministro do meio ambiente fez um discurso para enganar a plateia, no mundo real o governo trabalha para implementar medidas que poderão incrementar ainda mais o desmatamento, como a liberação do plantio de cana na Amazônia, a medida provisória de premiação da grilagem de terras, a promessa de abertura de terras indígenas para garimpo e mineração, a proibição do Ibama realizar a queima de equipamentos de criminosos ambientais e a tentativa de redução dos limites de unidades de conservação, entre outros”, completa Astrini.
Foto: Nelson Antoine/Estadão Conteúdo