Em meio ao atendimento restrito nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), em decorrência da paralisação parcial dos médicos municipais de Salvador, Fabiano Barbosa, 44 anos, não enfrentou somente a dificuldade no atendimento mas também falta de maca e cadeira de rodas, quando tentava dar entrada ontem na UPA de Pernambués, durante crise epiléptica. Outro paciente, que preferiu não se identificar, reclama da demora: “É uma situação difícil, esperei por um atendimento na UPA de Pernambués mais de seis horas. Que isso se regularize logo”, desabafa.
A Secretaria da Saúde (SMS) diz que a situação deve voltar ao normal até a tarde de hoje. Mas, até lá, o atendimento restrito nas UPAs está prejudicando pacientes como os ouvidos por A TARDE. Conforme informações do Sindicato dos Médicos do Estado da Bahia (Sindimed), os agentes de saúde restringiram os atendimentos em prol de melhores condições de trabalho e pelo fim dos atrasos salariais, que, segundo eles, têm sido recorrentes. Além disso o sindicato afirma que a categoria permanece nas UPAs realizando somente a incumbência emergencial, das fichas amarelas e vermelhas. As UPAs em restrições de atendimentos são: 16º Centro; São Cristóvão; Valéria; Pirajá e Paripe.
Em nota, a Secretaria Municipal da Saúde informou que está monitorando as UPAs para assegurar a prestação dos serviços aos cidadãos e, até o momento, não houve relato de paralisação dos atendimentos. E afirmou ainda que os serviços estão sendo executados com prioridade para os casos de risco à vida. “Os pagamentos junto às empresas terceirizadas responsáveis por administrar as unidades 24h encontram-se em dia, ou seja, realizados dentro do prazo legal após a apresentação da nota fiscal e demais ofícios exigidos na prestação de contas”, diz a nota.
De acordo com a médica técnica da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Adielma Nizarala, algumas empresas terceirizadas que fazem o pagamento de parte das UPAs conseguiram sanar essa dificuldade.”Creio que até amanhã [hoje], até o fim da tarde, tenhamos uma situação completamente diferente com atendimentos normalizados. Apesar da restrição, todos os pacientes estavam sendo atendidos. A população que procura a UPA para atendimento de ficha verde ou azul pode também buscar atendimento nas unidades de atenção primária, de cada bairro”, ressaltou Adielma Nizarala.
Por conta da restrição, a SMS notificou as organizações sociais (OSs) que prestam serviço para que garantam a continuidade da assistência prestada, uma vez que o vinculo trabalhista se dá diretamente entre eles e os médicos. “Os profissionais são contratados por essas organizações que gerenciam a UPA. A nossa função enquanto SMS é gerenciar o contrato da empresa e avaliar a prestação de contas. A restrição não é uma novidade por conta da greve, pela quantidade de paciente”, concluiu Adielma.
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