Apontado pelo Ministério Público como um dos envolvidos no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, o ex-militar Elcio de Queiroz afirmou, em depoimento prestado no dia 4 de outubro, por meio de videoconferência, que sabia que o presidente Jair Bolsonaro tinha casa no mesmo condomínio onde mora Ronnie Lessa – outro suspeito do crime. Ele assevera, no entanto, que nunca frequentou a residência do presidente.
“Só conheço ele [Ronnie] e o presidente da República. A única casa que eu frequento é a do Ronnie”, assegurou. Perguntado pelo MP se tinha contato com membros do Legislativo ou do Tribunal de Contas do Estado, Queiroz também negou.
“O Brazão [Domingos Brazão, também suspeito] eu não sei quem é. O Marcelo Ciciliano [vereador do Rio] eu só vi uma vez, mais de uma década atrás”, disse.
Élcio negou ainda que tenha ligação com pessoas do Rio das Pedras, bairro do Rio de Janeiro dominado por milícias. “Não frequentava Rio das Pedras. A única vez foi no início, não foi dentro, não tenho acesso a ninguém de Rio das Pedras”, disse.
Questionado sobre o fato de ter pesquisado, dias antes do crime, membros do PSOL, o ex-militar afirmou que buscava sempre por políticos do Rio de Janeiro. Ele afirma ainda que não tem nada contra a esquerda, e cita o momento que trabalhou para a prefeitura de Nova Iguaçu, na gestão de Lindberg Farias (PT).
“Costumo fazer visita a sites de pesquisa. Não tenho simpatia nem antipatia a integrantes do PSOL. O Jean Wyllys é deputado pelo Rio, né? Eu pesquisei vários, de todos os partidos. Não só do PSOL. O Freixo foi candidato a prefeito e eu concordo com muitas coisas que ele fala. A reforma da previdência, por exemplo, eu sou contra. […] Não tenho antipatia por governo de esquerda. Já fui funcionário, fui assessor do PT em Nova Iguaçu. Lindberg foi o melhor patrão que tive”, garantiu.
*Foto: Reprodução – Renan-Olaz-Camara-Municipal-Rio