As manchas de óleo que atingem o litoral da Bahia chegaram às piscinas naturais de Taipu de Fora, na cidade de Maraú, baixo sul da Bahia, nesta sexta-feira (1º). A praia é conhecida pelas águas cristalinas e é a principal atração turística da península do município. A prefeitura de Maraú começou a fazer a remoção das manchas desde o início da manhã, e conta com a ajuda de voluntários que estão no local. Ainda não há um balanço da quantidade de óleo removido.
A Polícia Federal identificou, também nesta sexta, um navio de bandeira grega que é suspeito de ser o responsável pelo derramamento do óleo no litoral nordestino. Mandados de prisão expedidos no Rio Grande do Norte estão sendo cumpridos no Rio de Janeiro. Até a última atualização desta reportagem, Porto Seguro era o município mais ao sul da Bahia afetado pelo óleo. A proximidade com a área de Abrolhos preocupa moradores e ambientalistas pelos impactos que o óleo pode provocar caso chegue ao banco.
O Banco de Abrolhos tem área total de 48.899 km². Segundo o biólogo Eduardo Camargo, do Instituto Baleia Jubarte, o banco vai da Ponta do Corumbau, no município baiano de Prado, a cerca de 45 km de Porto Seguro, até o norte do Espírito Santo. Dentro da área do Banco de Abrolhos está o chamado Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, a cerca de 100 km depois da Ponta do Corumbau. O parque é a única área totalmente protegida dentro do banco, por conta da sua biodiversidade, e ocupa somente 1,8% do território (882 km²). De Belmonte até o parque, são cerca de 200 km² (em linha reta).
O Banco de Abrolhos também é berço da baleia jubarte, que faz dessa região seu refúgio de reprodução e amamentação, entre os meses de julho e novembro. Preocupados e na tentativa de evitar que o óleo chegue à região de Abrolhos, muitos pescadores montaram uma verdadeira ‘operação de guerra’, com o auxílio de voluntários. Sem recursos emergenciais ou equipamentos do poder público, eles usam materiais dos próprios pescadores ou disponíveis no ambiente, como barcos de variados tamanhos, puçás, redes e cortinas feitas com siripoias e galhos de casuarina.
Foto: arquivopessoal