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ACM NETO CLASSIFICA COMO “EXAGERO” ASSOCIAR BOLSONARO A MORTE DE MARIELLE

Redação - 31/10/2019 11:36

O prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), classificou, ontem, como “exagero” associar o presidente Jair Bolsonaro (PSL) a morte da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco (PSOL). A declaração do democrata ocorreu após o Jornal Nacional, da TV Globo, noticiar que um porteiro do condomínio onde o chefe do Palácio do Planalto tem casa no Rio, em depoimento, dizer que, no dia do assassinato, o ex-policial militar Élcio Queiroz afirmou na portaria que iria à residência de Bolsonaro, que na época era deputado federal. Élcio é suspeito de envolvimento no crime.

“Eu acho exagero dizer que o presidente Bolsonaro é ligado ao assassinato da vereadora Marielle até porque a própria matéria, que foi exibida pelo Jornal Nacional, mostrou que o presidente estava na Câmara de Deputados, cumprindo seu mandato de deputado federal no dia em que os assassinos da vereadora Marielle ingressaram no condomínio onde o presidente Bolsonaro reside. É obvio que ainda é preciso haver esclarecimentos. Vi hoje, inclusive, que o próprio ministro da Justiça (Sérgio Moro) solicitou à Procuradoria-Geral da República que proceda a apuração e que identifique todas as informações a respeito desse assunto, o que achei adequado”, afirmou Neto, que também é presidente nacional do DEM.

Ainda na entrevista à imprensa, Neto afirmou que políticos são alvos de injustiças. “Nós, que estamos na vida pública, somos sujeitos a todo tipo de coisa e, muitas vezes, inclusive, a injustiças. Acusações falsas. Pode ser que este seja um caso de acusação falsa. Para mim, está muito claro que o presidente da República estava no Congresso Nacional. Resta saber por que o porteiro disse que uma pessoa, com o nome de Jair, atendeu ao telefone e autorizou a entrada dos assassinos. O próprio ministro da Justiça pediu à Procuradoria-Geral da República (que apure o caso). E me parece que essa é via mais adequada para tratar do assunto”, declarou o prefeito.

A promotora Simone Sibilio, do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), afirmou em entrevista a jornalistas que o porteiro que cita Jair Bolsonaro em seu depoimento deu uma informação falsa. Inicialmente, ela afirmou que o funcionário mentira. Em seguida, declarou que o depoimento “não guarda compatibilidade com a prova técnica”. “O porquê do porteiro ter dado depoimento será investigado. Se ele mentiu, se equivocou ou esqueceu”, disse Sibilio. O procurador-geral da República, Augusto Aras, classificou a divulgação do episódio como um “factoide”. Segundo ele, há suspeitas de que tenha havido a intenção de prejudicar Bolsonaro.

ACM Neto afirmou ainda que o caso não pode atrapalhar as votações no Congresso. “Não podemos permitir que certas agendas comprometam o avanço das agendas que importam ao país. Essa agenda é uma agenda importante, mas é preciso circunscrevê-la ao Ministério Público Federal, à Polícia Federal, ao Ministério da Justiça, à Polícia Civil do Rio de Janeiro. É preciso ter muito cuidado porque, a partir disso, pode se pretender parar uma pauta importante de votações no Congresso. Nada disso pode acontecer”, ressaltou.

Por: Rodrigo Daniel Silva

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