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ÓLEO SE APROXIMA DE ABROLHOS E PESCADORES COBRAM AÇÃO

Redação - 29/10/2019 14:52 - Atualizado 29/10/2019

O óleo que contamina o litoral do Nordeste há dois meses começou a se aproximar da área de maior biodiversidade do Atlântico Sul: a Região de Abrolhos, na Bahia, onde está o parque nacional marinho que é berçário de espécies como a baleia jubarte e corais raríssimos, muito sensíveis ao material tóxico que vem contaminando as praias.

Pescadores e demais voluntários recolheram, desde o último domingo, cerca de 200 quilos do produto nas águas da fronteira norte da região, próxima ao município de Canavieiras, que abriga uma reserva extrativista com 100 mil hectares e cerca de 2.600 famílias distribuídas em oito comunidades. Segundo Carlos Alberto Santos, uma das lideranças da reserva extrativista de Canavieiras, 200 quilos de óleo foram retirados nos últimos três dias.

Na segunda-feira (28), uma grande mancha de óleo de 80 quilos foi retirada da água, próxima à costa, pelos pescadores, usando redes. Todas as praias da região apresentam pelotas. Outros relatos recebidos pelo GLOBO dão conta de pequenas manchas identificadas nos municípios de Belmonte e de Santa Cruz Cabrália, a cerca de 20 quilômetros de Porto Seguro.

“Os fragmentos estão chegando a toda a área da reserva. Nosso maior receio é que chegue óleo na quantidade do Morro de São Paulo e Boiteba. É uma área extremamente sensível do ponto de vista biológico. Temos nove barras e, dentro delas, há entre 9 e 10 mil hectares de manguezais, aproximadamente. Nessa área vivem mais de 2.500 famílias. Temos a foz dos rios Jequitinhonha e Pardo”, enumera Santos. “Não temos outra saída a não ser ir para linha de frente, dar o exemplo e forçar o governo a atuar de forma mais incisiva”.

Foto: MARCO ANTÔNIO TEIXEIRA / WWF /

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