O avanço da tecnologia no setor bancário e os fenômenos das fintechs e do “open banking” (abertura de dados e serviços bancários a outras empresas) tornam inevitável a privatização do Banco do Brasil no futuro, previu nesta sexta-feira o presidente do BB, Rubem Novaes. De acordo com o executivo, o controle do banco pelo Estado impõe amarras que já dificultarão a competição do BB nesse mercado “no horizonte de dois, três, quatro anos”.
– É opinião minha, não é de governo, mas eu acho que, em algum momento, a privatização do Banco do Brasil será inevitável. Com as amarras que uma empresa pública tem, vai ser muito difícil o ajustamento, no horizonte de 2, 3, 4 anos, a esse novo mundo de open banking e das fintechs. Fica muito difícil em uma instituição ligada a governos acompanhar esse ritmo. Competimos com uma espécie de bola de ferro na canela – afirmou Novaes em palestra na Associação Comercial do Rio.
Segundo Novaes, o BB já está interessado em privatizar tudo o que não seja seu negócio principal. Ele contou que será assinada até 7 de novembro a parceria entre o suíço UBS e o BB na área de banco de investimento e corretora. A instituição estrangeira ficará com mais de 50% do capital. O BB também está em tratativas com uma “grande empresa de administração de ativos internacional” para fazer uma parceria semelhante na área de gestão de ativos, afirmou o presidente.
– Se o negócio não tem nenhuma sinergia como nosso “core business”, vamos tentar privatizar. Vendemos nossa participação na Neoenergia, no IRB e fechamos a BBTur. Já estamos “mandatados” para vender o nosso banco na Flórida (EUA) e podemos rever a questão do banco na Argentina.
Foto: Adriano Novaes / Reuters