A Bahia foi atacada por uma enorme mancha de óleo e precisa reagir com a mesma força com que a mancha está invadindo todo o Estado. É verdade que já houve uma reação forte por parte da sociedade, do governo do Estado e da Prefeitura de Salvador e que cada um a sua maneira se mobilizaram para minorar os efeitos do desastre, mas é preciso muito mais.
É preciso, antes de tudo, que as lideranças politicas, especialmente os deputados e senadores que representam a Bahia no Congresso Nacional – assim como todas as bancadas dos estados nordestinos – coloquem a boca no trombone e denunciem o desastre que se abateu sobre a região e que terá efeitos ainda não avaliados em toda a cadeia produtiva que envolve o turismo, a produção e consumo de pescado e todo a área de comércio e serviços que está atrelada a essas atividades.
É preciso também que os artistas brasileiros venham a público denunciar a tragédia que se abateu sobre a Bahia e o Nordeste e façam como o Esporte Clube Bahia que entrará em campo com sua tradicional camisa tricolor manchada de óleo em repúdio ao desastre ecológico. Isso se faz necessário para mostrar o tamanho da catástrofe, mas também para alertar Brasília e o Sudeste do país do que está ocorrendo na região. Aliás, se uma mancha de óleo do tamanho da que contaminou as praias da Bahia fosse jogada nas praias de Ipanema ou Copacabana o que se veria no país seria uma comoção nacional e todas as redes de TV estariam ao vivo e em cores transmitindo cada passo do desastre. Mas as praias do Nordeste parecem não ter tanta importância para o Brasil rico.
É por isso que políticos, artistas, e toda a sociedade civil precisam se manifestar e exigir que o governo federal coloque toda a sua estrutura para minorar os efeitos da tragédia. Não se compreende que o Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, visite o Estado quase incógnito e não se reúna nem com o governador, nem com o Prefeito, como se estivesse engorganhado pelos erros do seu governo. E na verdade, ao invés de uma visita para inglês ver o que baianos querem são ações efetivas, alocação de recursos, equipes de todos os órgãos federais mobilizadas, programas para compensar as perdas dos setores atingidos e muito mais.
O que a Bahia quer é que o governo federal descubra quem é o responsável pelo desastre ecológico e tome providências para que o país, a empresa ou os responsáveis paguem pelos atos criminosos que vão afetar milhares de pessoas. O que a Bahia e os demais estados do Nordeste querem é ver o Ministério do Meio Ambiente agindo com muito mais eficácia, é ver o Ministério da Economia vaibilizando recursos para os estados e municípios atingidos e crédito para os empresários que sofrem com a catástrofe, é ver o Sebrae apoiando o pequeno produtor, o Ministério do Turismo agindo em prol do setor, que foi fortemente afetado, a Marinha descobrindo quem foi o autor do crime e todos os ministério do governo agindo para minorar os efeitos do desastre.
A Bahia e os demais estados do Nordeste exigem ação por parte dos poder público, pois que senão logo, logo a mancha negra do descaso vai escurecer a esplanada dos Ministérios e os três poderes da República. (Armando Avena – 21/10/2019)