“Meninas negras precisam de menos proteção, acolhimento, são mais independentes e sabem mais sobre sexo do que as meninas brancas”. Dados de uma pesquisa americana mostram que adultos veem meninas negras como menos inocentes e com mais características de adultos do que meninas brancas da mesma idade. O estudo foi realizado pelo The Georgetown Law Center on Poverty and Inequality, que estuda questões de pobreza e desigualdade e que somou ao estudo, questões como o estereótipo que cercam garotas e mulheres negras para analisar os resultados.
Foram entrevistados 325 adultos de várias etnias, escolaridade, residentes em várias regiões americanas, sendo 74% dos entrevistados pessoas brancas, 62% mulheres e 30% entre 25 e 34 anos de idade.
“Os resultados sugerem que garotas negras são vistas mais como adultas brancas praticamente em todos os estágios da infância, dos 5 anos, sendo acentuado entre 10 e 14 anos” diz Rebecca Epstein uma das autoras do estudo.
“Em essência, adultos parecem ter diferentes visões e expectativas em relação as meninas negras, especialmente na metade da infância e começo da adolescência, épocas muito críticas em termos de identidade para essas garotas”, comenta Epstein.
“Temos garotinhas em idade pré-escolar que são vistas como crianças que precisam de menos proteção e carinho do que as brancas. Nessa idade, eu acho desolador”, completa Rebecca.
Aqui no Brasil sabemos que mulheres negras são as maiores vítimas de violência sexual e isso está diretamente ligado à hiper sexualização dos seus corpos. Meninas negras são a maior parte das adolescentes grávidas no Brasil. Precisamos ter um olhar de proteção sobre essas jovens, orientá-las e acolhe-las, já que a sua infância pode ser roubada a qualquer momento por um adulto que a veja como mulher e não criança ou adolescente inocente e vulnerável.
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