O governo federal anunciou que vai liberar aos ministérios R$ 7,12 bilhões do orçamento deste ano que estavam bloqueados. O Ministério da Economia informou que do total, R$ 2,15 bilhões serão distribuídos por meio de emendas impositivas. Essas emendas são recursos já direcionados pelo Congresso na definição do Orçamento. A União vai repassar ainda quase R$ 146 milhões para despesas dos poderes Legislativo e Judiciário. O detalhamento de quanto será liberado por órgão será divulgado na semana que vem, por meio de um decreto presidencial.
A liberação de recursos vai dar fôlego às pastas, que desde março vinham enfrentando dificuldades para executar seus programas e ações. Naquele mês, o governo anunciou o bloqueio de R$ 29,7 bilhões do Orçamento. Em julho, bloqueou mais R$ 1,44 bilhão. De acordo com o secretário especial de Fazenda, Waldery Júnior, seguem bloqueados cerca de R$ 17 bilhões em despesas discricionárias da União, isto é, não obrigatórias. A medida foi possível por causa da inclusão, no orçamento, dos cerca de R$ 106 bilhões que devem ser arrecadados com o megaleilão da cessão onerosa, de excedente do petróleo do pré-sal, marcado para novembro.
O governo considera que somente a primeira parcela do chamado bônus de assinatura, pago pelas empresas vencedoras do leilão no ato da contratação, entra no caixa da União neste ano. O valor total deve ser de R$ 52,2 bilhões. O valor restante, conforme previsto em edital, será pago somente em 2020. Além disso, também entraram no cálculo os R$ 8,9 bilhões arrecadados na semana passada em leilão de blocos de exploração de petróleo. Por outro lado, também foi apurada queda na arrecadação de tributos em setembro, o que reduziu a arrecadação em R$ 1,8 bilhão.
A liberação de recursos consta do relatório extemporâneo de receitas e despesas, divulgado nesta segunda pelo Ministério da Economia. Normalmente, essa análise é feita bimestralmente, quando o governo faz uma avaliação do comportamento das receitas e despesas e divulga um relatório. Diante do cenário apurado, o documento pode apontar a necessidade de contenção de gastos ou a possibilidade de liberação de recursos bloqueados, com o objetivo de garantir o cumprimento da meta fiscal. No último relatório, em setembro, o governo liberou R$ 8,3 bilhões aos ministérios.
O próximo relatório bimestral seria divulgado somente em novembro. No entanto, diante dos novos fatores que influenciaram positivamente o cenário para a União, a Economia decidiu divulgar nesta segunda um relatório extemporâneo (extraordinário), autorizando a liberação de recursos.
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