O nível de atividade da economia brasileira registrou alta marginal em agosto, indicou nesta segunda-feira (14) o Banco Central (BC). O chamado Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br), considerado uma “prévia” do PIB, apresentou um crescimento de 0,07% em agosto, na comparação com o mês anterior. O resultado foi calculado após ajuste sazonal (uma espécie de “compensação” para comparar períodos diferentes). O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.
Os números de agosto vieram após um mês de queda. Em julho, o indicador apresentou retração de 0,07% (dado revisado). Em oito meses deste ano, foram registradas apenas três altas na prévia do PIB. Na comparação com agosto do ano passado, porém, o índice apresentou contração de 0,73%, segundo números do Banco Central. Na parcial do ano, foi registrada uma alta de 0,66% e, em 12 meses até agosto, um crescimento de 0,87%. Esses valores foram calculados sem ajuste sazonal, pois consideram períodos iguais.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados no fim de agosto, o PIB brasileiro cresceu 0,4% no segundo trimestre, na comparação com os três primeiros meses do ano. O resultado veio um pouco acima do esperado pelo mercado e afastou o risco de entrada do país em uma recessão técnica – caracterizada por dois trimestres seguidos de retração do PIB. O mercado financeiro estimou, na semana passada, uma alta do PIB de 0,87% para este ano. Para 2020, a previsão de crescimento do PIB permaneceu em 2%.
Já o governo federal elevou marginalmente sua expectativa para o crescimento da economia, em 2019, de 0,81% para 0,85%. Para o BC, o crescimento ficará em torno de 0,9% neste ano. O IBC-Br foi criado para tentar antecipar o resultado do PIB, que é divulgado pelo IBGE. Os resultados do IBC-Br, porém, nem sempre mostraram proximidade com os dados oficiais do PIB. O cálculo dos dois têm diferenças – o índice do BC incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos.
O IBC-Br ajuda o Banco Central na definição dos juros básicos da economia. Com o menor crescimento da economia, por exemplo, teoricamente haveria menos pressão inflacionária. Atualmente, a taxa Selic está em 5,5% ao ano, na mínima histórica, e a estimativa do mercado é de que recue para 4,75% ao ano até o fim de 2019. Pelo sistema que vigora no Brasil, o BC precisa ajustar os juros para atingir as metas preestabelecidas de inflação. Quanto maiores as taxas, menos pessoas e empresas ficam dispostas a consumir, o que tende a fazer com que os preços baixem ou fiquem estáveis.
Para 2019, a meta central de inflação é de 4,25%, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Desse modo, o IPCA, considerado a inflação oficial do país e medida pelo IBGE, pode ficar entre 2,75% e 5,75%, sem que a meta seja formalmente descumprida.
Foto: divulgação