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PROFESSORA AGREDIDA DURANTE 4 ANOS PELO EX FAZ POST

Redação - 04/10/2019 08:52

Um relacionamento tóxico, abusivo, que a fez pensar que estava ficando louca, até mesmo doente. Durante quase quatro anos, a professora Érika Brucha esteve envolvida com um homem que, por diversas vezes, a agrediu física e verbalmente. Ela conseguiu dar um ponto final da situação há cerca de dois meses e, nesta semana, com uma imagem de quando foi agredida pelo companheiro pela última vez, resolveu expor a situação nas redes sociais para ajudar outras mulheres. Em conversa com o G1 nesta sexta-feira (4), ela explicou a relação que classifica como ‘tóxica’.

A foto postada por Érika nas redes sociais mostra o roxo no olho que a professora teve que lidar por diversos dias após ser agredida pelo ex-namorado. A imagem mostra apenas uma das vezes em que ela saiu fisicamente machucada de uma discussão entre os dois.

“Sei que é muito difícil entender. Eu mesma não sei como fiquei nesse relacionamento por tanto tempo. As pessoas não têm noção, como eu também não tive. Você fica doente, emocionalmente dependente daquela relação, daquele homem que te põe no chão e te levanta com a mesma força”, relembra.

O relacionamento começou há cerca de quatro anos, quando o agressor mandou uma mensagem em uma rede social de Érika falando sobre o pai dela, um reconhecido médico que atuou em Santos, no litoral de São Paulo, onde a professora ainda mora e trabalha.

Érika conta que, no início, nada dava a entender que o homem seria uma pessoa agressiva, mas não demorou um ano para que as discussões ficassem cada vez maiores e piores. “Eles começam a querer te controlar, controlar sua vida. Você vira um robô que tem que avisar sempre sobre tudo. Todo agressor é assim. Eles invadem sua vida, querem ter o controle e você pensa que é cuidado, carinho, paixão.”

A professora relembra que as agressões não começaram com socos, como mostrado na foto. Segundo ela, as agressões começam sempre com xingamentos, que se transformam em um aperto mais forte no braço e tapas no rosto.

“Foram idas e vindas. Sempre que eu terminava ele vinha atrás todo carinhoso, dizendo que mudou. Chegou a procurar um psiquiatra, foi diagnosticado com Transtorno Explosivo Intermitente (TCE) e disse que queria se tratar, mudar. É um jogo de manipulação e homens assim são extremamente inteligentes. Eu acreditava, voltava, mas depois tudo voltava a acontecer.”

Érika contou ainda que chegou a pensar em parar de falar, para que os questionamentos não gerassem mais brigas, mais discussões e mais agressões. “É uma inversão de valores. Eu me achava culpada. Pensei que parando de falar a gente poderia ser feliz, sem contrariar ele. Você fica frágil e acha que o problema é com você.”

Há dois meses, a professora conseguiu por um fim ao ciclo de idas e vindas. “Estávamos na casa dele, conversando normalmente quando eu falei: ‘você errou’, pois percebi que ele tinha errado ao me explicar o que estávamos conversando. Com isso, ele veio pra cima de mim, brigamos, ele me xingou, me mandou embora. Tudo isso por nada. E ainda queria que eu achasse muito bom pois, pelo menos, ele não tinha me agredido e isso mostrava que ele estava mudando.”

Érika então terminou o relacionamento. Por diversas vezes, o agressor tentou reatar, mas ela não vê mais volta. “Hoje eu me sinto forte. Não sou propriedade dele e ele tem que entender isso. Resolvi expor essa relação como um breque para tudo isso. Foi uma libertação. Queria mostrar para as pessoas saberem como é, ninguém está sozinho. É preciso procurar forças para sair de um relacionamento abusivo. Ele acaba com qualquer mulher.”

A publicação teve diversos comentários de mulheres que elogiaram a coragem de Érika e, ainda, disseram que também já foram vítimas de relacionamentos abusivos. “Parabéns pela coragem! Nesse momento vai estar salvando muitas mulheres na mesma situação! Siga em frente e seja muito feliz”, dizia um dos comentários.

“Eu não vou parar a minha vida. Estou sim em busca de um novo amor. Ele disse que eu nunca mais acharia alguém como ele, e tomara mesmo que eu não encontre. Foram quase quatro anos de sofrimento e não sei como não me acabei fisicamente. Quero encontrar alguém que me respeite, ter liberdade de ir e vir, falar. Quero ser feliz”, finaliza.

*Foto: Reprodução\ Arquivo Pessoal

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