O Ministério Público de Minas Gerais apresentou denúncia contra o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, por utilizar candidaturas de fachada para acessar recursos do fundo eleitoral nas eleições do ano passado. O ministro era, à época, presidente do PSL mineiro.
Além de Marcelo Álvaro Antônio, a promotoria encaminhou denúncia contra outras dez pessoas, entre elas Haissander de Paula, ex-assessor do ministro, Mateus Von Rondon, assessor especial preso em junho deste ano, e Roberto Silva Soares, assessor do ministro. O trio atuava como intermediários do esquema, fazendo a ligação entre o partido e as gráficas e o direcionamento dos pagamentos.
O deputado estadual Professor Irineu (PSL), eleito no ano passado, também foi denunciado como beneficiário do esquema ao lado do próprio Marcelo Álvaro Antônio. Mais cedo, a Polícia Federal indiciou Marcelo Álvaro no inquérito da Operação Sufrágio Ostentação e imputou ao ministro os crimes de falsidade ideológica, associação criminosa e apropriação indébita.
O esquema do PSL, segundo a PF, se baseava em apresentar candidatas sem ter a intenção delas serem eleitas apenas para acessar recursos exclusivos do fundo eleitoral. Segundo Abreu, como presidente do partido, Marcelo Álvaro Antônio teria conhecimento da estrutura criminosa.
Segundo Abreu, a candidatura do hoje ministro a deputado federal em 2018 foi uma das principais beneficiadas pelo esquema. Marcelo Álvaro era presidente do partido em Minas nas eleições do ano passado. Pelo menos R$ 192.950,00 foram desviados no esquema conforme a promotoria.
De acordo com o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, o presidente Jair Bolsonaro pretende manter o ministro no cargo e “aguardará o desenrolar do processo”.
Laranjas denunciadas:
As ex-candidatas Naftali de Oliveira Neres, Débora Gomes da Silveira, Camila Fernandes Rosa e Lilian Bernardino de Almeida, acusadas de serem candidatas-laranjas, também foram denunciadas pela promotoria. O total de votos recebido pelas quatro foi próximo de 2.100. Veja todos os denunciados abaixo:
1. Marcelo Álvaro Antônio – Ministro do Turismo na gestão Jair Bolsonaro
2. Lilian Bernardino de Almeida Marchezini – Suspeita de ser candidata-laranja
3. Naftali Tamar de Oliveira Neres – Suspeita de ser candidata-laranja
4. Roberto Silva Soares – Assessor de Marcelo Álvaro Antônio, preso em junho deste ano
5. Reginaldo Donizete Soares – Irmão de Roberto Soares e sócio de duas empresas suspeitas de prestarem serviços para candidatas-laranja
6. Marcelo Raid Soares – Dono de gráficas investigadas em Belo Horizonte
7. Professor Irineu – Deputado estadual (PSL) em Minas Gerais
8. Camila Fernandes Rosa – Suspeita de ser candidata-laranja
9. Débora Gomes da Silveira – Suspeita de ser candidata-laranja
10. Mateus Von Rondon Martins – Assessor especial de Marcelo Álvaro Antônio
11. Haissander Souza de Paula – Ex-assessor de Marcelo Álvaro Antônio
Foto: Isac Nóbrega/PR/Flickr