Nesta sexta-feira (4), o diretor do FBI Christopher Wray disse que a proposta do Facebook de criptografar seu serviço de mensagens transformaria a plataforma em realidade o sonho de predadores e consumidores de pornografia infantil.
Wray, dirigindo-se a uma multidão de autoridades policiais e de proteção à criança no Departamento de Justiça em Washington, disse que o plano do Facebook produziria “um espaço sem lei criado não pelo povo americano ou seus representantes, mas pelos proprietários de uma grande empresa”. O Facebook pretende adicionar criptografia de ponta a ponta em outros serviços além do WhatsApp, como o Facebook Messenger.
Seu discurso, que aconteceu antes de um pronunciamento sobre o mesmo tópico do procurador-geral William Barr, aumenta a pressão no Facebook, conforme os EUA e alguns governos aliados renovam seu esforço para enfraquecer as proteções digitais em torno das mensagens que bilhões de pessoas trocam todos os dias. A segunda autoridade mais importante do Departamento de Justiça estimou que as informações dadas às autoridades sobre possíveis explorações de crianças podem cair em até 70% se o Facebook criptografar seu serviço de mensagens.
O Facebook relatou que recebeu 16 milhões de informações sobre exploração infantil no ano passado, disse o vice-procurador-geral Jeffrey Rosen. Por outro lado, a Apple, que já usa criptografia de ponta a ponta em seu messenger, relatou 43 informações recebidas no ano passado. O tema gera resistência entre organizações de proteção à privacidade, que alertam para vulnerabilidades à segurança de todos os usuários ao criar uma brecha em sistemas de troca de mensagens.
Em nota, o Facebook defende que as pessoas tenham direito de ter conversas privadas online, “onde quer que estejam”.
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