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FALTA DE PATROCÍNIO IMPEDE PRÊMIO DA MÚSICA BRASILEIRA 2019

Redação - 03/10/2019 16:00 - Atualizado 03/10/2019

O futuro do Prêmio da Música Brasileira está ameaçado. A premiação acontecia no Teatro Municipal do Rio e já teve 29 edições. Desde que a Petrobras anunciou a saída de cena como patrocinadora em abril deste ano, os produtores do evento correm em busca de patrocínios, mas não obtiveram sucesso.

José Maurício Machline anunciou que a edição de 2019 não irá acontecer. O produtor que fez do prêmio uma inegociável noite de gala por ano, atraiu para a festa duas vertentes nem sempre contempladas em um mesmo projeto, novatos e veteranos. Ele á havia deixado sua aura mais decorativa dos primeiros anos para ganhar relevância curatorial e de resistência de uma classe rompida com o poder público em um nível que não se via desde os anos de regime militar.

A busca por patrocinadores não foi frutífera. “O Governo de São Paulo ofereceu o teatro, mas não conseguiria ter a verba para fazermos da maneira como o prêmio sempre foi realizado. Seria então um prêmio menor. Acho que assim não teria a cara do que sempre foi.”, contou o produtor. Ele disse que o Governo do Rio de Janeiro também fez uma proposta, mas ele não aceitou. “Além das limitações, eu prefiro fazer sempre com dinheiro privado”, disse.

Com o passar do tempo, Machline resolveu anunciar o canelamento da edição deste ano. Ele contou que, mesmo se conseguisse um patrocinador hoje para o evento, teria problemas com datas e cronologia das coisas. “O ano letivo da validade dos lançamentos vai até 31 de dezembro de 2018. Muitos artistas já estão com discos novos lançados depois desse dia, com shows novos.”, disse o produtor. “Para evitar um prêmio frio, resolvi não fazer”, disse.

O produtor disse ainda que não sabe se consegue ou não fazer o prêmio no ano que vem. E que, se conseguir, não imagina se será no Rio ou em São Paulo.

Patrocínios

O prêmio começou a ser patrocinado pela empresa de eletrodomésticos Sharp em 1988, quando o nome era Prêmio Sharp de Música Brasileira, até que, em 1999, o mundo sofreu um abalo econômico e a empresa não conseguiu seguir com o projeto. Em 2002, um novo patrocinador chegou e fez a noite retornar como Prêmio Caras, assumido pela Revista Caras. Mas por apenas dois anos, quando o nome mudou para Prêmio TIM de Música, honrando o contrato com a operadora telefônica TIM, uma parceria que durou até 2008. Em 2009, uma edição histórica veio com o prêmio em sua versão independente, contando com o apoio da classe artística. Foi em 2009, na 20.ª edição, que o evento ganhou o nome de Prêmio da Música Brasileira. Mesmo em 2010, com a empresa Vale como patrocinadora, o nome não foi alterado.

O Prêmio Música Brasileira já homenageou artistas como Clara Nunes (em 2009), Maria Bethânia (205), Ney Matogrosso (2017) e Luiz Melodia (2018). Para a edição de 2019, os organizadores ainda não tinham um nome definido.

*Foto: Divulgação/Prêmio Música Brasileira 2018

 

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