O número de agrotóxicos liberados no Brasil em 2019 passou para 382, segundo lista divulgada nesta quinta (3) pelo Ministério da Agricultura, 57 a mais do que na última atualização da relação, em setembro. Uma parte da explicação para isso, segundo especialistas, é a diferença de plantações existentes em cada local. Também entram na equação o clima e o nível de toxicidade permitido em cada país.
Em entrevista para a reportagem, o diretor-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), William Dib, afirmou que havia um represamento no licenciamento de agrotóxicos que não permitia estudar e retirar alguns deles do mercado, deixando a agricultura sem alternativas.
“Vivíamos num cinismo. Você usa um agrotóxico extremamente perigoso porque o novo que é mais evoluído está na fila há oito anos. Aí eu tiro da fila e vocês gritam. É o seguinte: agora conseguimos encontrar um equilíbrio. Temos os registros em dia e agora vamos estudar os mais críticos e sua retirada”, disse Dib.
Foto: Michel Filho / Agência O Globo