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QUEIMADAS NA AMAZÔNIA GERARAM CUSTO ADICIONAL DE AO MENOS R$ 1,5 MILHÃO AO SUS

Redação - 02/10/2019 19:54

Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgado na manhã desta quarta-feira, 2, apontou que as queimadas na Amazônia geraram um custo excedente de pelo menos R$ 1,5 milhão ao Sistema Único de Saúde (SUS) somente para o atendimento de crianças de até 10 anos. A pesquisa concluiu que, nas áreas mais afetadas pelo fogo, o número de crianças internadas com problemas respiratórios dobrou.

Ao todo, em maio e junho deste ano, o SUS registrou a internação de 5,1 mil crianças, 2,5 mil a mais do que o normal, em 100 municípios da Amazônia Legal, em especial nos Estados do Pará, Rondônia, Maranhão e Mato Grosso.

“Nós notamos que, em geral, 6% dos leitos nos hospitais são dedicados à internação por problemas respiratórios, mas nesse período dobrou, chegou a 12%, sobrecarregando os hospitais”, disse o sanitarista Christovam Barcellos, da Fiocruz, que coordenou o estudo.

A pesquisa leva em conta apenas os leitos operados pelos SUS, o que indica que o impacto das queimadas na saúde deve ser muito maior. “Neste momento, a pesquisa considera apenas crianças de até 10 anos, mas há ainda os idosos, adultos com problemas respiratórios e população indígena, que tem praticamente um serviço de atendimento de saúde à parte”, assinala Barcellos.

A pesquisa levou em consideração as queimadas que acontecem no que é chamado de Arco do Desmatamento, que inclui os Estados do Acre, Amapá, Amazonas, parte do Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia e Tocantins, em geral, de maio a outubro. E isso também serve de alerta para mostrar que o impacto dos resíduos de fumaça pode atingir pessoas a muitos quilômetros dos focos de incêndio.

“Essa fumaça pode percorrer centenas de quilômetros. “Porto Velho não tinha nenhum foco de queimada, mas foi sobrecarregada de fuligem. O aeroporto de lá chegou a ser fechado por falta de visibilidade”, ressalta Barcellos.

 

 

Foto: Prefeitura de Diamantino (MT)

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