A bolsa brasileira teve sua pior queda diária em seis semanas nesta quarta-feira (2). A intensa desvalorização dos bancos Vale e Petrobras derrubou o principal índice de ações da B3 para a casa dos 101 mil pontos. Após cair com mais força no final da sessão, o Ibovespa fechou em forte baixa de 2,90%, aos 101.031 pontos, menor nível em quase um mês (desde o dia 3 de setembro, quando a bolsa fechou aos 99.680 pontos. Foi o maior tombo diário desde o dia 14 de agosto, quando o indicador retrocedeu 2,94%, segundo informações da revista Exame.
Senadores aprovaram o texto-base da PEC da reforma da Previdência em primeiro turno, mas deram aval a um destaque que derrubou novas regras mais rígidas sobre o abono salarial, contribuindo para reduzir a economia prevista com a reforma. Após a produção industrial dos EUA decepcionar, hoje foi a vez dos dados ruins de emprego reacenderem o alerta para o risco de recessão. Os empregadores privados criaram 135 mil postos de trabalho no país em setembro. Economistas consultados pela Reuters previam a criação de 140 mil vagas. Por esta razão, espera-se mais cautela nos próximos dias. Os investidores aguardando a divulgação dos dados de emprego (payroll) de setembro nos EUA na sexta-feira e o encontro que tentará um acordo de paz entre Estados Unidos e China.
A mineradora Vale liderou as baixas da sessão com tombo de 5,47%, diante de preocupações com a economia mundial e, por efeito, com a demanda por commodities. As siderúrgicas também sofreram: CSN caiu 3,4%, Gerdau perdeu 3,3% e Usiminas, 4,45%. A estatal Petrobras recuou 2,87%, contaminada pela venda generalizada na bolsa paulista, além da fraqueza dos preços do petróleo no mercado externo.
Com forte peso, o setor bancário exerceu a maior pressão de baixa sobre a bolsa. As ações de Bradesco e Itaú (PN) perderam ao redor de 3,7% e 2,8%, respectivamente. No radar, uma reportagem do “Uol” citou que investigadores da Lava Jato apuram se os grandes bancos citados na operação também são responsáveis por crimes de lavagem de dinheiro. Banco do Brasil recuou 3% e Santander, 1,75%.
Dólar tem maior queda em 3 semanas
O dólar registrou a maior queda em três semanas frente ao real. Investidores desmontaram as apostas na alta da moeda norte-americana, num dia de fraqueza global após dados nos Estados Unidos reforçarem expectativas de cortes de juros no país. O alívio se deu também em razão da conclusão da reforma em primeiro turno no Senado.
A moeda caiu 0,67%, a 4,1344 reais na venda. É a maior baixa diária para um fechamento desde o dia 11 de setembro, quando o dólar cedeu 0,76% contra a moeda brasileira. As informações são da revista Exame.
Foto: Patricia Monteiro/Bloomberg