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GOVERNO PRECISA USAR LÓGICA ADOTADA POR EMPRESÁRIOS BRASILEIROS PARA SE BENEFICIAR DE ACORDOS COM OS EUA

Redação - 30/09/2019 14:35

O aumento do limite de importação do etanol americano sem tarifa, a concessão do uso da base de Alcântara e a desobrigação de vistos não resultaram em benefícios concretos para o Brasil. Economista e analista político que atua nos EUA há mais de 30 anos acredita que a lógica empresarial deveria ser seguida pelo governo. As recentes medidas adotadas pelo Presidente Bolsonaro para acenar ao governo norte-americano em busca de vantagens não foram bem aproveitadas pelo Brasil, até o momento. Uma realidade que se difere do sucesso obtido por empresários brasileiros que internacionalizam seus negócios para a terra do tio Sam.

Apostando numa relação ‘ganha-ganha’, estes empresários têm sido leoninos no mercado americano, que já conta com 9 mil empresas brasileiras, segundo dados do Ministério de Relações Exteriores. O presidente do Oxford Group, consultoria que auxilia empresários brasileiros no exterior, Carlo Barbieri, afirma que o Governo deve se inspirar nessa lógica empresarial brasileira para converter os acenos em vantagens concretas ao Brasil.

“Quando um empresário brasileiro internacionaliza sua marca, produto ou serviço aos EUA, ele está em busca de vantagens no território americano, e, muitas vezes, visando proteger o passado de sua empresa no Brasil. Ou seja, busca o sucesso nos dois países. Toda relação comercial deve ser inspirada na reciprocidade. Politicamente, o jogo diplomático deve considerar essa relação ganha-ganha”, pondera Barbieri que é economista e analista político.

No fim de agosto deste ano, o governo aumentou a cota de etanol que o Brasil pode importar com isenção de impostos. De 600 milhões de litros ao ano, passou para 750 milhões. Como as compras com os EUA correspondem a mais de 99% das importações desse produto em solo brasileiro, a medida, promulgada por meio de uma portaria, foi mais um ‘olá’ à gestão de Donald Trump. “Com a iminente saída de empresas americanas da China, face a Guerra comercial, estes acenos podem dar aos empresários americanos a segurança necessária para trazerem sua produção para o Brasil, gerando investimentos e empregos, além de melhorarem nossas exportações” afirma o economista.

Carlo Barbieri lembra que, em um contexto parecido, Bolsonaro já havia cedido, em março, a base aérea de Alcântara, no Maranhão, para exploração comercial dos norte-americanos. O especialista pondera que, nesses casos, devem haver contrapartidas mais claras para os acordos serem vantajosos ao Brasil. Na ocasião, o governo americano sinalizou a inserção com maior destaque do Brasil na OTAN.

Foto: divulgação agencia brasil

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