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VELOCIDADE 5G NO BRASIL PODE SER ALVO DE DISPUTA INTERNACIONAL

Redação - 23/09/2019 07:12

Um dos principais eventos econômicos previstos para 2020, o leilão do 5G no Brasil já é palco de disputa tecnológica entre Estados Unidos e China. Sob alegação de espionagem, roubo de dados e risco real de ataques a estruturas críticas por meio dos equipamentos chineses, o presidente Donald Trump tem feito pessoalmente lobby para que a chinesa Huawei seja excluída das principais disputas pelo 5G no mundo. Mas apesar dessa pressão, não deve haver nenhum tipo de barreira ao uso de equipamentos da gigante chinesa pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), órgão regulador do setor, apurou o ‘Estadão/Broadcast’.

A Huawei já tem mais de um terço da infraestrutura de redes de telefonia móvel no País, além de contratos com vários órgãos do governo federal. A companhia chinesa foi escolhida pela Anatel para realizar todos os testes do 5G no Brasil junto com as principais teles – Oi, Tim, Claro, Vivo e Algar – que devem disputar o leilão do próximo ano.

Trump levantou a questão na visita de Jair Bolsonaro à Casa Branca, em março deste ano. No fim de julho, foi o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Wilbur Ross, que desembarcou no Brasil com supostas informações sobre a vunerabilidade dos equipamentos chineses. Recentemente demitido por Trump, o ex-conselheiro de Segurança Nacional dos EUA John Bolton se encontrou com autoridades brasileiras no começo de agosto.

A reportagem mapeou nove encontros entre representantes do governo americano com pares no Brasil desde junho. Foi quando o vice-presidente Hamilton Mourão disse que o governo brasileiro não tem intenção de restringir a presença da chinesa no leilão de 5G, logo depois de desembarcar da China, onde se encontrou com o presidente executivo da Huawei, Ren Zhengfei. Os chineses, por sua vez, também se movimentam nos gabinetes de Brasília. Foram seis encontros com representantes brasileiros, segundo as agendas públicas de ministros e secretários dos ministérios de Ciência e Tecnologia, Economia, Itamaraty e Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI).

Foto: Divulgação

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