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WAGNER É CITADO EM ESQUEMA QUE ABASTECEU POLÍTICOS DO NORDESTE

Redação - 19/09/2019 19:44

O senador pela Bahia Jaques Wagner (PT) é suspeito de ter recebido propina da empreiteira OAS. Ele está supostamente envolvido no esquema de lavagem de dinheiro do empresário João Carlos Lyra, alvo de operação da Polícia Federal deflagrada nesta quinta (19), que funcionava como uma central de abastecimento de propina para políticos nordestinos, de acordo com investigações da PF e Procuradoria-Geral da República (PGR). As informações foram publicadas pela revista Época.

Nessa operação, o principal alvo foi o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), líder do governo Bolsonaro no Senado, e seu filho, o deputado Fernando Bezerra Coelho Filho (DEM-PE). Ainda são suspeitos o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Vital do Rêgo e o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto em 2014 em um acidente de avião.

Procurada pela revista, a assessoria de Jaques Wagner afirmou que não teve acesso ao conteúdo da delação. “A defesa do senador Jaques Wagner não teve acesso a esse conteúdo ou a qualquer citação e condena o expediente de vazamentos seletivos de supostas delações baseadas apenas na palavra de réus confessos, não em provas”, diz a assessoria.

O esquema:

As investigações chegaram a João Carlos Lyra por causa do avião de Eduardo Campos. Deflagrada em 2016, a Operação Turbulência descobriu que o empresário era o dono do avião usado pelo ex-governador de Pernambuco e que Lyra recebia recursos vultosos de empreiteiras investigadas na Lava-Jato. Com isso, o empresário buscou as autoridades para fechar um acordo de delação e confessou que suas empresas lavavam dinheiro para que essas empreiteiras repassem propina a políticos.

Nessa delação, João Lyra revelou pela primeira vez como captou recursos ilícitos para Eduardo Campos, suspeita que se iniciou na Operação Turbulência. Investigações posteriores chegaram a pistas de repasses a Jaques Wagner e Vital do Rêgo. Um ex-executivo do setor de contabilidade paralela da OAS, Adriano Santana Quadros de Andrade, relatou em seu termo de delação premiada nº 9 o “repasse de R$ 1 milhão a Jaques Wagner no ano de 2013, com recursos disponibilizados pela empresa Câmara & Vasconcelos, intermediado por Carlos Daltro (aliado de Wagner)”. O anexo foi enviado pelo Supremo Tribunal Federal para apuração na Justiça Federal da Bahia.

 

 

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