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PROFISSÕES DE TECNOLOGIA ESTÃO ENTRE AS QUE MAIS VÃO CRESCER

Redação - 19/09/2019 07:43 - Atualizado 19/09/2019

Se a chave para o futuro está na tecnologia, a chave para o desemprego também pode estar. Em meio ao alto índice de brasileiros desempregados, um recente levantamento feito pelo Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) fez acender uma ponta de esperança para desenvolvimento econômico dos próximos anos. Segundo o Mapa do Trabalho Industrial, profissões ligadas à tecnologia estão entre as que mais vão crescer até 2023. A ocupação de condutor de processos robotizados, por exemplo, deverá apresentar a maior taxa de crescimento percentual do número de empregados, com 22,4% de aumento nas vagas disponíveis. O índice é considerado bem acima do crescimento médio projetado para as ocupações industriais como um todo, que é de 8,5%

Outro segmento com ritmo acelerado é o que envolve técnicos em mecânica veicular, que deverá apresentar 19,9% das vagas de emprego. Na sequência estão engenheiros ambientais, pesquisadores de engenharia e tecnologia, montadores de sistemas e estruturas de aeronaves e profissionais de planejamento, programação e controles logísticos. Segundo o levantamento, serão abertas 14.367 oportunidades para profissionais ligados à tecnologia, compreendendo o período de 2019 e 2023. Grande parte dessa oferta deverá ser para instaladores e reparadores de linhas e cabos elétricos, telefônicos e de comunicação de dados.

Crescimento – Em relação aos novos empregos, o Mapa do Trabalho Industrial aponta que as maiores taxas de crescimento serão de ocupações que têm a tecnologia como base. Além dos condutores de processos robotizados, conforme citado acima, estão pesquisadores de engenharia e tecnologia (aumento de 17,9%); engenheiros de controle e automação, engenheiros mecatrônicos e afins (14,2%); diretores de serviços de informática (13,8%); e operadores de máquinas de usinagem CNC (13,6%).

O número de empregos criados nessas ocupações ainda é baixo em relação ao total de empregados no Brasil, mas o crescimento acelerado mostra que profissões com base tecnológica são tendência no mercado de trabalho. “O mundo vive a 4ª revolução industrial e o levantamento mostra que o Brasil, mesmo diante das dificuldades econômicas, está se inserindo aos poucos na Indústria 4.0”, avalia o diretor-geral do Senai, Rafael Lucchesi.

Qualificação – Mas para ocupar estas vagas, os brasileiros terão de investir em qualificação. Segundo o estudo, o Brasil precisará qualificar cerca de 10,5 milhões de trabalhadores em ocupações industriais nos níveis superior, técnico, qualificação profissional e aperfeiçoamento até 2023. A demanda por qualificação prevista pelo apa inclui, em sua maioria, o aperfeiçoamento de trabalhadores que já estão empregados e, em parcela menor (22%), aqueles que precisam de capacitação para ingressar no mercado de trabalho. Essa formação inicial inclui a reposição em vagas já existentes e que se tornam disponíveis devido a aposentadoria, entre outras razões.

“O brasileiro, de uma forma geral  – e o baiano, principalmente -, precisa buscar formação profissional alinhada a essa tendência de comportamento do futuro mercado de trabalho. O próprio estudo já indica as áreas de tendência de formação profissional. Isso quer dizer que o mercado de fato vai buscar nesse profissional do futuro. As pessoas precisam buscar sua formação, sua qualificação, antenadas a essas possibilidades futuras”. disse à reportagem a gerente de educação profissional do Senai Bahia, Patrícia Evangelista.

Conforme ela explicou em entrevista ao jornal Tribuna da Bahia, no estado o Senai disponibiliza todos os níveis de formação profissional, desde a mais básica. “São cursos inferiores, na faixa de 200 horas. Temos cursos voltados para as áreas de logística, transporte, de energia, informática, construção civil. Há cursos em todas as áreas que foram sinalizadas pelo estudo. Cursos menores, de um ano e meio, que em pouco tempo a pessoa já consegue se preparar e entrar no mercado de trabalho mais qualificado”, afirmou.

Outro ponto destacado por ela foi a questão dos valores cobrados pelas especializações. As taxas mensais mínimas estão na casa dos R$ 250. “Mensalidade que cabe no bolso do baiano, entendendo que isso de fato é um investimento na carreira. O principal hoje é valorizar a formação profissional”, disse Patrícia Evangelista.

Valorização – Na análise da a gerente de educação profissional do Senai Bahia, o levantamento nacional poderá ajudar na valorização das profissões ligadas à tecnologia. Segundo ela, atualmente somente 17% dos jovens brasileiros chegam ao ensino superior e apenas 10% optam pela formação profissional. “É uma profissão que precisa ser ainda mais valorizada no Brasil. Nós temos uma grande base do nosso mercado de trabalho que precisa de técnicos. É preciso que se reforce a valorização da formação profissional no Brasil, porque o Brasil precisa desses técnicos para o desenvolvimento da sua indústria. [Essa desvalorização] é uma questão cultural, porque em vários casos temos técnicos muito bem remunerados. Hoje a gente tem o salário base de um técnico de R$ 2 mil a R$ 3 mil”, pontuou.

Foto: Reprodução/Sistema Fiec

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