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VETOS DE ACM NETO CAUSAM MAL-ESTAR NA CÂMARA DE VEREADORES

Redação - 06/09/2019 09:23

Os vetos do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), a projetos de aliados e oposicionistas causaram mal-estar na Câmara de Vereadores. Anteontem, os 12 vetos seriam apreciados pelos legisladores da Casa, mas o presidente do Legislativo, Geraldo Júnior (SD), decidiu adiar a votação. Nos bastidores, o comentário é de que o adiamento ocorreu, sobretudo, por causa do descontentamento do vereador Edvaldo Brito (PSD).

Revoltado com o veto, o pessedista ameaçou judicializar. Segundo ele, a sua proposta tinha como intenção tornar a língua Iorubá patrimônio imaterial de Salvador. “Que diabo faz a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) desta Casa e que diabo faz este plenário? Somos todos analfabetos? Se o veto não cair, irei à Justiça. (…) Creio também que é um desrespeito à memória do senador Antônio Carlos Magalhães (…) que, ao ocupar o cargo de prefeito, sempre prestigiou a religião de matriz africana e todos os negros desta capital”, declarou.

Da base do prefeito, o vereador Joceval Rodrigues (Cidadania) também questionou o veto ao projeto que obriga o uso de desfibriladores em ambientes públicos. “Até eu quero saber o que está acontecendo. Nossa intenção é melhorar a qualidade de vida das pessoas”, afirmou. Embora não tenha tido nenhuma proposta vetada, a oposicionista Aladilce Souza (PCdoB) endossou as críticas. “ACM Neto, ou melhor ACM Veto, é o campeão de vetos a projetos desta Casa. Ele nem completou oito anos de mandato e já vetou 97 proposições, fora novos vetos que chegaram hoje. O ex-prefeito João Henrique, por exemplo, vetou 26, bem menos do que ele. Que desprezo é esse com essa Casa?”, questionou.

O adiamento da sessão que votaria os vetos deixou o líder do governo na Câmara, Paulo Magalhães Júnior (PV), revoltado. O verdista disse que Geraldo Júnior não o consultou antes de decidir postergar a apreciação e chamou o presidente da Câmara de “monarca” e “imperador”. “Ele decidiu, unilateralmente, que não seria votado. Mas só há uma divergência pontual, é normal. É a Casa do contraditório. Vi com naturalidade. O presidente decidiu de uma forma e eu discordei. A decisão de votar foi do Colégio de Líderes. Ele mudou e não me comunicou nada, por isso coloquei daquela forma a minha discordância”, afirmou.

Como não houve votação, Paulo Magalhães Jr. pediu que os vereadores saíssem do plenário. No entanto, o vereador Ricardo Almeida (PSC), que está descontente com os vetos, decidiu ficar. “O único que ficou foi o Ricardo Almeida que, a meu ver, desobedeceu. Precisa de uma conversa para saber se ainda é da base”, pontuou. (TB)

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